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Changi, que levou Galeão, quer fechar mais negócios no país

Em entrevista exclusiva à EXAME.com, See Ngee Muoy, vice-presidente executiva da companhia de Singapura, diz que busca novas oportunidades no Brasil


	Aeroporto de Changi: "Galeão será motivo de orgulho para os brasileiros, como Changi é para Singapura", diz See
 (Luis Ascui/Getty Images)

Aeroporto de Changi: "Galeão será motivo de orgulho para os brasileiros, como Changi é para Singapura", diz See (Luis Ascui/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h53.

São Paulo – As péssimas condições do sistema aéreo brasileiro não assustam a Changi, empresa que levou a concessão do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, junto com a Odebrecht. Pelo contrário: “são uma ótima oportunidade de investimento”, afirmou See Nge Muoy, vice-presidente executiva da Changi Airport International, que cuida dos negócios estrangeiros da companhia, em entrevista exclusiva à EXAME.com.

Segundo ela, a Changi está à procura de novos investimentos no país, mas enquanto eles não acontecem, a companhia faz planos de tornar o Galeão um dos melhores aeroportos do mundo. As melhorias começam já no próximo ano. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida por See, que conversou com EXAME.com por e-mail:

EXAME.com: Além do aeroporto do Galeão, vocês têm novos planos de negócios para o Brasil?
See Nge Muoy: Esta é a primeira vez que nós participaremos da administração de um aeroporto na América Latina, mas já prestamos consultoria para o aeroporto de Confins, em Minas Gerais. No momento, estamos envolvidos nas obras de ampliação do aeroporto de Brasília. Além disso, continuamos à procura de oportunidades no Brasil e no continente, que têm grande potencial de crescimento no setor de aeroportos.

EXAME.com: O Changi de Singapura foi eleito várias vezes o melhor aeroporto do planeta. Vocês administram outros 40 pelo mundo. Como fazem para manter o padrão de excelência?
See: Como planejadores, consultores, administradores e investidores de aeroporto, nosso objetivo é compartilhar nossa experiência com os clientes de modo que eles consigam elevar o padrão de qualidade deles, não importa onde estejam. O objetivo é que todas as necessidades que os passageiros possam ter dentro de um aeroporto sejam atendidas ali, e que eles tenham sempre a melhor experiência possível.

EXAME.com: No Galeão, quais são as melhorias que podemos esperar no curto prazo? 
See: As tarefas imediatas serão a apresentação de um novo planejamento de investimentos e a melhora do nível dos serviços básicos, como banheiros, wi-fi e outras instalações.

EXAME.com: E no médio e longo prazo?
See: Num médio prazo, construiremos estacionamentos para 21 aeronaves e 26 novos portões de embarque. Além disso, ampliaremos o estacionamento para carros e a área de manobra dos aviões. O plano é aumentar a capacidade em 70 milhões passageiros, consolidando, assim, o Galeão como o principal portão para o Brasil e para a América do Sul.


EXAME.com: Podemos esperar o aeroporto pronto até as Olimpíadas de 2016?
See: Nós só assumiremos o aeroporto em 2014, depois da Copa do Mundo. Mas antes disso, já faremos arranjos para que, assim que entremos efetivamente na administração, possamos imediatamente implementar as mudanças mais imediatas que citei e deixar o aeroporto capaz de atender o megaevento.

EXAME.com: Podemos esperar que o Galeão se torne um aeroporto modelo no futuro?
See: Sim. Com a ajuda dos nossos investidores, esperamos que o Galeão dê um salto de qualidade nos próximos anos, para tornar-se um dos melhores aeroportos da América Latina e do mundo.

EXAME.com: Qual vai ser a fórmula? 
See: A chave vai ser melhorar todo o ambiente, não só o aeroporto em si. Com o nosso incentivo, esperamos que os parceiros e investidores melhorem seus serviços e, assim, o sistema aéreo como um todo tenha um aumento de qualidade. Esperamos transformar o Galeão em um motivo de orgulho para os brasileiros, como o Changi é para Singapura.

EXAME.com: O Brasil está em 123º em uma lista dos 148 países com os melhores sistemas aéreos, de acordo com o último Relatório de Competitividade Global. Como isso pode afetar o trabalho de você por aqui?
See: Vemos isso como uma oportunidade. Pegue o aeroporto do Galeão, por exemplo. Há inúmeras áreas que podem sofrer melhorias e receber investimentos de maneira que o resultado seja imediato e visível. Eficiência operacional, produtividade, conforto e mais opções de serviços e de pontos de compras para os passageiros são de extrema importância.

EXAME.com: Como a senhora acredita que o Brasil pode melhorar seus sistema aéreo nos próximos anos?
See: Os investimentos em infraestrutura que vêm ocorrendo em todos os grandes aeroportos já são um grande passo na direção certa. Esses investimentos, quando completados, começarão a dar frutos em termos de melhoria de serviços, aumento da capacidade de lidar com o futuro crescimento do país e ainda atrairão mais turistas ao Brasil.

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