Uma consulta sobre qualidade de vida sexual em plena praia. A combinação pode soar um tanto estranha, mas foi assim que os profissionais do Caravana da Saúde, programa de educação sexual itinerante do laboratório Pfizer, prestaram atendimento sobre saúde e ajudaram a desenvolver uma das mais abrangentes pesquisas científicas sobre o comportamento sexual do brasileiro. Realizada em locais de grande concentração de público, o Caravana atendeu mais de 45 mil pessoas em dez cidades brasileiras, de janeiro a maio de 2000. As atividades incluíram consultas com psicólogos, palestras, exibição de vídeo, shows, testes de pressão arterial e glicemia, além da aplicação de uma pesquisa sobre comportamento sexual, respondida por 2 835 pessoas.

Com base nos dados levantados, os cerca de 80 profissionais envolvidos no projeto, entre médicos, sexólogos e enfermeiros da própria Pfizer e das entidades parceiras no projeto Instituto Kaplan, Projeto Sexualidade da USP e Sociedade Brasileira de Urologia , montaram um relatório sobre o perfil sexual do brasileiro. No atendimento eram abordados vários fatores de risco, como estresse, sedentarismo, hipertensão e doenças sexualmente transmissíveis. Os profissionais do projeto constataram que cerca de 200 pessoas que tiveram diagnósticos de problemas de saúde apontados no Caravana iniciaram tratamento médico nos postos de saúde locais. Com os testes médicos inseridos nos eventos, conseguimos apresentar a sexualidade como um aspecto importante para a saúde total da pessoa , diz Jurandir Sestari Filho, gerente da Pfizer.

A Pfizer, que obtém 40% de sua receita no país com a venda de medicamentos para sexualidade, investiu 2 milhões de reais no projeto. O modelo do programa foi totalmente desenvolvido no Brasil e exportado para países como Estados Unidos, México e Espanha. Além disso, a experiência com o Caravana desdobrou-se em dois dos oito projetos que a Pfizer mantém em educação sexual: o Programa de Educação Sexual para Crianças e Adolescentes, realizado em parceria com o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo e já atendeu 2,3 mil pessoas, e o projeto Xingó, que, em conjunto com o Universidade Solidária do governo federal, treina 2 mil estudantes de 25 universidades para levar educação sexual a 600 mil moradores da Região Nordeste do país.