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Burger King inicia suas operações no Brasil

Em cinco anos, serão investidos 20 milhões de dólares no estado de São Paulo, para a abertura de 50 lojas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Após três tentativas de entrar no Brasil nos últimos 20 anos , a Burger Kinganunciou a abertura de sua primeira loja no país. Outras duas devem ser inauguradas até dezembro, todas na cidade de São Paulo. "Sempre quisemos um grande negócio no Brasil, mas do jeito certo, o que inclui uma boa infra-estrutura, bons parceiros locais e um bom momento econômico", afirma Nish Kankiwala, presidente da Burger King Corporation para operações fora da América do Norte.
Nos próximos cinco anos, o principal alvo será o estado de São Paulo, onde serão investidos 20 milhões de dólares para a abertura de 50lanchonetes.Nos primeiros 12 meses de operação, serão gastos 5 milhões de dólares. Do total, 17 milhões serão bancados pela BGK do Brasil, empresa queconquistou a franquia para o mercado paulista, liderada por Luiz Eduardo Batalha. Entre seus 12 sóciosestão a Chalé Agropecuária, de Batalha, a ABC Empreendimentos e o locutor esportivo Galvão Bueno.

A BGK do Brasil será responsável apenas pelo estado de São Paulo. Pelo contrato, não serão permitidas subfranquias, isto é, licenças concedidas pela BGK do Brasil a outros investidores interessados em abrir unidades da Burger King no estado. Por isso, toda a expansão será bancada por Batalha e seus sócios.

Dimensão do mercado

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Segundo Julio Ramirez, presidente da Burger King para a América Latina e Caribe, outros grupos de investidores negociam a abertura da rede nos demais estados brasileiros. Na próxima meia década, Ramirez estima que a rede possa alcançar de quatro a sete estados brasileiros. O executivo não revelou, porém, quantas lojas poderão ser abertas, além das anunciadas para São Paulo. "Estamos num ramo de grande concorrência e essa é uma informação estratégica", diz.

Ramirez comparou, porém, a situação brasileira com a do México. A Burger King é a segunda maior rede de refeições rápidas do mundo, com 11 mil restaurantes em 63 países, dos quais, 90% são franquias. Na América Latina, há 677 lojas em 25 países. O México é o destaque da região, com 221 lojas (52 próprias e 169 de franqueados). "O Brasil é muito maior que o México. Em dez anos, pode responder por 30% da rede na América Latina", diz. Atualmente, os mexicanos representam 32% dos negócios na região.

Estratégia

Se depender da BGK do Brasil, a rede McDonald's, seu principal concorrente, não terá trégua. "Depois de vários setores econômicos, o de fast food travará sua disputa entre o primeiro e o segundo colocados", afirma Batalha. Segundo Kankiwala, a intenção é perseguir o concorrente nos mercados em que está mais forte. A escolha dos pontos em que as primeiras lojas serão abertas é um exemplo. Dados da BGK do Brasil mostram que o ponto do McDonald's no shopping center Interlagos é o que mais vende na cidade. A próxima loja da Burger King será aberta ao seu lado, no final de novembro. A terceira loja será no shopping Tatuapé, com inauguração prevista para o início de dezembro.

A localização não é a única arma da rede para conquistar mercado. Sua campanha publicitária enfatizará a possibilidade do cliente trocar itens de seu sanduíche, em oposição às refeições padronizadas do concorrente. Na média, o cardápio da Burger King será cerca de 5% mais caro que o da concorrência, mas Batalha afirma que o público saberá distinguir as vantagens. "Nosso hambúrger, por exemplo, tem 115 gramas, contraos 80 gramas da concorrência", diz.

Cerca de 80% dos ingredientes e produtos que serão oferecidos pela rede provêm de fornecedores brasileiros, mas um item fundamental - o hambúrger - será importado dos Estados Unidos, Argentina e Paraguai. Isto porque a rede trabalha apenas com carne da raça Angus, cujos fornecedores no Brasil ainda não alcançaram o nível desejado pela empresa. Conforme Ramirez, a oscilação cambial não prejudicará os negócios, porque a companhia conta com uma boa variedade de fornecedores. "Dispomos de 14 fornecedores decarne para a América Latina", diz.

Ramirez afirma, porém, que espera nacionalizar também o abastecimento de carne em cerca de nove meses. Um dos candidatos para o suprimento é o próprio Batalha, que mantém investimentos em pecuária.

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