Braskem negocia compra da Quattor
Após operação, Petrobras pode dividir controle da Braskem com Odebrecht
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina, vem negociando nas últimas semanas a compra da rival Quattor, que faturou 9 bilhões de reais ano passado e é controlada por Petrobras e Unipar. A família Geyer, da Unipar, é dona de 60% do controle e a Petrobras tem 40%.
Segundo EXAME apurou, a Braskem usará suas ações como moeda de troca.
A Odebrecht, porém, não pretende ceder o controle. Segundo EXAME apurou, caso não se chegue a um acordo nesse item, o negócio pode emperrar.
A incorporação da Quattor pela Braskem seria mais um capítulo na história de consolidações que vem marcando o setor petroquímico no país. A empresa surgiu depois que a Petrobras, em 2007, comprou as operações da área petroquímica do grupo Suzano. Em seguida associou-se à Unipar, da família Geyer, uma das maioiores empresas do setor até então. A nova empresa, com faturamento anual de 9 bilhões de reais passou a dividir as atenções do setor com a Braskem, também surgida depois de uma série de fusões e aquisições.
Controlada pelo grupo Odebrecht, a Braskem nasceu em 2001, resultado da união das empresas petroquímicas do grupos Odebrecht e Mariani com a compra da Copene. Desde então, com o objetivo de se fortalecer e enfrentar a concorrência estrangeira, a Braskem passou a adquirir concorrentes, como a parte petroquímica da Ipiranga. Caso conclua o negócio com a Quattor, a Braskem consolida sua liderança na região e terá de adquirir empresas estrangeiras para dar seqüência a seu plano de expansão.
O presidente da Unipar, José Octávio Vianello de Mello, nega que exista no momento qualquer negociação que envolva o controle da empresa. A Braskem não se pronunciou sobre o assunto. A Petrobras informou que não comentará.