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Brasil vira prioridade para Renault e Nissan

Montadoras apostam em crescimento de até 100%, em 2008, como forma de compensar a estagnação nos países desenvolvidos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A expansão recorde de 29% no mercado automobilístico brasileiro, em 2007, e o forte potencial de crescimento previsto para 2008 fizeram o Brasil entrar para o topo das prioridades da aliança Renault Nissan, que reúne duas das maiores montadoras do mundo, segundo o CEO e presidente dos grupos, Carlos Ghosn.

Durante entrevista coletiva em São Paulo para anunciar resultados das empresas, Ghosn afirmou que o país será um dos focos globais da companhia, assim como os outros parceiros do BRIC (Rússia, Índia e China), grupo dos países emergentes com maior potencial econômico.

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Apostar no Brasil e nos outros três países é uma forma de compensar a estagnação dos mercados nos Estados Unidos e Na Europa Ocidental, onde o ritmo lento de crescimento preocupa não apenas a Renault Nissan, mas todo o setor.

O otimismo com o Brasil levou a Renault a prever um aumento de vendas, em 2008, de 10% sobre o ano anterior, sem contar a elevação do setor como um todo. Nessa taxa, a empresa conseguiria cumprir no próximo ano uma meta prevista apenas para 2009, a de superar a marca de 100 mil veículos vendidos em 12 meses - valor equivalente ao dobro do número registrado em 2006.

Em 2007, a montadora já alcançou expansão de 43% sobre 2006, 14 pontos percentuais acima do mercado, com um total de 73 mil carros vendidos. Esse sucesso nas vendas permitiu à Renault chegar ao equilíbrio no resultado operacional também neste ano, conquista inicialmente prevista apenas para 2008.

Para Ghosn, porém, além de ampliar o volume de carros comercializados, a Renault precisa tornar sua marca mais conhecida no Brasil e ampliar sua participação no mercado, hoje em torno de 3%.

"É verdade que 2007 foi um ano de crescimento, mas precisamos de muitos outros anos assim. Ainda estamos abaixo do nosso potencial", ele afirma.

Para a Nissan, a meta da unidade brasileira nos próximos 12 meses é ainda mais ambiciosa: elevar em quase 100% o número de pontos de venda, dos atuais 65 para 120, e dobrar o volume de carros vendidos, que este ano deve ficar em 11500 veículos. O dado, por sua vez, já representa expansão de mais de 100% sobre o mesmo período anterior.

Logan na berlinda

A estratégia da aliança Renault-Nissan para ganhar peso no cenário nacional é centrar fogo em novidades. Cerca de 1 bilhão de reais serão investidos, entre 2006 e 2009, no desenvolvimento de novos produtos, e seis modelos inéditos chegarão às concessionárias nesse período. Quatro modelos da Renault, - Mégane, Mégane Grand Tour, Logan e Sandero - já foram lançados, mas os próximos ainda estão indefinidos, segundo a empresa. A Nissan também levou ao mercado três novos tipos de carros (Nissan Murano, Nissan Sentra e Nissan Tiida), em nove meses, e deve começar a produzir, até o fim de 2008, a Nova Nissan Frontier.

Questionado sobre se o recall relacionado ao modelo Logan poderia afetar esses novos modelos, Ghosn defendeu a medida tomada pela filial do Brasil.

"É uma decisão muito clara de que, se há alguma suspeita de problema no carro, temos que fazer logo o recall, porque pensamos em crescer a longo prazo. A pior situação seria ter uma suspeita e só chamar o recall dois meses depois", diz.

De julho de 2007, quando foi lançado no país, até novembro deste ano, 11 mil unidades do Logan foram vendidas no Brasil. O carro divide com o Sandero o posto de modelo-chave para alavancar a Renault a uma melhor colocação no ranking nacional das montadoras. O Sendero, por sua vez, conta ainda com o apelo de ser o primeiro carro mundial da empresa produzido fora da Europa - ele é fabricado na planta de São José dos Pinhais, no Paraná.

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