A Brasil Telecom (BrT) controla desde terça-feira (18/5) o provedor de internet iG, e enfrenta agora o desafio de tornar a aquisição rentável, ou ao menos útil para compensar eventuais perdas caso seja aprovada no Congresso a proposta de eliminar a cobrança de assinatura telefônica mensal. A BrT investiu 100,75 milhões de dólares para assumir 63,5% do capital do provedor. Como a BrT Participações já detinha 9,45%, a empresa agora controla o iG com 72,45% do capital.

O negócio só será concluído após auditoria nas contas do provedor. Por enquanto, a BrT trabalha com dados fornecidos pelo iG, elaborados em dezembro passado, pelos quais a expectativa de lucro é de 21,6 milhões de reais, com receita de 234,4 milhões. No ano passado, o provedor teve lucro de 23,26 milhões de reais.

Conforme relatório de impacto elaborado por Otto Bertane, economista-chefe da corretora Intra, "sob a ótica da visibilidade a aquisição do iG é correta", mas do ponto de vista da geração de receitas não é relevante, uma vez que o provedor oferece predominantemente acesso gratuito. Porém, avalia, "a operadora poderá utilizar o portfólio de clientes para tentar vender serviços". As estimativas de usuários ativos do iG variam de 2,75 milhões a 3,1 milhões.

A questão mais sensível, explica Bertane, é que se for aprovada por deputados e senadores a eliminação da cobrança de assinatura básica mensal, a perda no faturamento das telefônicas será da ordem de 30%. "Elas terão de criar outros produtos, e para avaliar essa aquisição é preciso esperar para saber quais produtos a BrT vai tentar vender aos usuários do iG."