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Brasil Ecodiesel renegocia dívidas e ações disparam na bolsa

Acordo com credores alonga perfil da dívida e alivia a pressão dos vencimentos no curto prazo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Brasil Ecodiesel anunciou, nesta sexta-feira (15/8), um acordo de reestruturação de suas dívidas. A principal vantagem obtida pela empresa foi o alongamento do prazo, que aliviou bastante a pressão dos vencimentos de curto prazo (dívidas que devem ser pagas nos próximos 12 meses). No final do segundo trimestre, o endividamento total da empresa era de 272,256 milhões de reais, e apenas 11% dela era de longo prazo. Agora, a empresa conseguiu rolar 82,65% de seus compromissos. O acordo firmado com os credores estabelece um prazo de 48 meses, com carência de 12 meses e amortização em três anos. Os investidores gostaram da notícia e as ações da Brasil Ecodiesel dispararam na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).

A reestruturação envolveu os bancos Bradesco, Fator, Fibra, BMG, Daycoval e Cédula. O valor renegociado com essas instituições foi de 140,119 milhões de reais. Em garantia, a Brasil Ecodiesel ofereceu imóveis e equipamentos industriais.

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Outros três acordos foram assinados para completar a reestruturação da dívida. Com o ABN Amro Real, com quem a Brasil Ecodiesel possui uma dívida de 30,553 milhões de reais; com a Eco Green Solutions, offshore que controlava a empresa e possui crédito de 14,122 milhões de reais; e com Nelson José Côrtes da Silveira, um dos atuais controladores, a quem a companhia deve 21,075 milhões de reais. Nos três casos, os contratos originais receberam aditamentos para adequá-los aos mesmos prazos e condições do acordo assinado com os bancos.

Além de renegociar sua dívida, a Brasil Ecodiesel obteve 53,337 milhões de reais para reforçar seu capital de giro. O dinheiro foi concedido pelos bancos Bradesco, Fator, Fibra, BMG e ABN Amro Real, e por Côrtes da Silveira.

Prejuízos acumulados

A Brasil Ecodiesel produz biodiesel à base de mamona e de outros óleos vegetais. Com o programa do governo federal de disseminação dos biocombustíveis e os leilões de compra da Agência Nacional do Petróleo, a empresa era vista como uma grande aposta do mercado. Mas o que se viu, de fato, foi uma sucessão de prejuízos e o derretimento dos papéis na Bovespa. Entre o primeiro pregão do ano, quando as ações ordinárias ( ECOD3 ) fecharam cotadas em 6,70 reais, e esta quinta-feira (14/8), com os papéis a 1,78 real, a Brasil Ecodiesel perdeu 73% de seu valor de mercado.

A reestruturação da dívida animou os investidores e impulsionou as ações na bolsa nesta sexta-feira (15/8). Por volta das 12h25, os papéis subiam 12,35%, negociados a 2 reais. No mesmo instante, o Ibovespa, principal indicador do pregão, operava em baixa de 1,71%, a 54.196 pontos. A empresa não compõe o Ibovespa. Entre as companhias que integram o índice, a maior alta, no mesmo horário, era das preferenciais da TAM ( TAMM4 ), cotadas a 34,85 reais e com valorização de 3,87%.

A renegociação pesou mais, no ânimo dos investidores, do que os números trimestrais divulgados pela empresa nesta sexta. O prejuízo entre abril e junho alcançou 82,536 milhões de reais, ante 13,881 milhões no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, as perdas acumuladas são de 97,470 milhões de reais, ante 14,401 milhões na comparação. A receita líquida também recuou 14% entre o segundo trimestre deste ano e o de 2007, somando 45,790 milhões de reais.

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