Exame Logo

Para Brascan, cenário continuará ruim para Vale no médio prazo

Queda de produção da mineradora é resultado da crise econômica, que levou à diminuição de demanda por matéria-prima

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O relatório de produção do primeiro trimestre da Vale -divulgado nesta terça-feira (28/4) - revela que a mineradora teve queda em praticamente todos os produtos em comparação ao último trimestre de 2008. A corretora Brascan avalia que o cenário continuará ruim. “Não acreditamos em uma melhora deste cenário no médio prazo, uma vez que não há sinais claros de recuperação da atividade industrial mundial, o que levaria naturalmente a um aumento na demanda por matérias-primas”.

A produção de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre deste ano caiu 37,1% em comparação com o mesmo período do ano passado, passando de 74,4 milhões de toneladas para 46,8 milhões de toneladas. Em comparação com o quarto trimestre de 2008, a queda foi de 25,9%. Para a Brascan, as quedas já eram esperadas por conta da instabilidade econômica mundial que reduziu a demanda por matérias-primas.

Veja também

A produção de aço bruto, principal mercado para o minério de ferro e pelotas de ferro, registrou quedas em importantes regiões na comparação com o início de 2008: Europa (-44%), América do Norte (-52%) e América do Sul (-36%). A alta de 1,4% na produção chinesa não foi capaz de compensar as expressivas quedas, apesar de tê-las minimizado. A produção de pelotas de ferro apresentou um recuo superior à de minério de ferro, atingindo -70% sobre o quarto trimestre e -73% sobre primeiro trimestre de 2008.

No segmento de minerais não ferrosos, houve um declínio mais moderado em relação ao quarto trimestre, em torno de 10%. Já em relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve um aumento de 40% na produção de Alumina, 25% de Bauxita e 7% de níquel.

Para enfrentar a forte queda na demanda, a Vale tem priorizado uma política de minimização de custos, com a paralisação de produções de menor qualidade e maior custo. Segundo a Brascan, essa política deverá apresentar seus primeiros resultados ainda neste primeiro trimestre, apesar de ter sido implementada nos últimos meses do ano passado. Mesmo com a paralisação temporária dessas operações, a geração de caixa da empresa deve continuar sendo impactada negativamente.

Por conta das perspectivas negativas de recuperação do mercado, a Brascan elevou, desde o início de abril, a expectativa de corte dos preços do minério de ferro e das pelotas para este ano. Inicialmente, a corretora considerava que a Vale reduziria o preço em 10% para as vendas via contratos. Agora, os cortes esperados são de 20%, para o minério, e de 30% para as pelotas.

Ainda assim a corretora reiterou a recomendação de “outperform” (desempenho acima da média do mercado) para as ações da Vale, com preço-alvo de 52,07 reais por ação para dezembro, correspondendo a um upside de 75,3% sobre a cotação de fechamento desta segunda-feira (27/4).

Às 16h09, os papéis preferenciais da Vale (VALE5, sem direito a voto) registravam queda de 0,74%, negociados a 29,48 reais. No mesmo instante, a Bovespa subia 0,39% aos 45.999 pontos.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame