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BR Malls trocará aquisições por construção de shoppings, diz Ativa

Corretora acredita que o cenário atual é negativo para o modelo de negócios da empresa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A corretora Ativa acredita que a BR Malls, maior empresa de shopping centers do Brasil, deverá mudar o foco nos próximos meses, passando a investir mais em construção de shoppings ao invés da aquisição de unidades já existentes. Para a Ativa, o cenário atual, de crédito caro e escasso, é negativo para o atual modelo de negócios da empresa.

A BR Malls se tornou a líder brasileira em administração de shoppings no ano passado devido a uma agressiva estratégia de aquisições. Durante a fase de farta liquidez internacional, a empresa vendeu ações e outros papéis de dívida para levantar dinheiro e comprar participações em mais de 30 shoppings espalhados pelo Brasil.

Agora o cenário é outro. A empresa, que tem o fundo de private equity GP Investimentos e o bilionário americano Sam Zell entre seus acionistas, prevê um menor crescimento de faturamento com a desaceleração da economia brasileira. Em reunião realizada nesta terça-feira com analistas e investidores, a empresa informou que suas unidades registraram menor crescimento de vendas em setembro e outubro em relação aos mesmos meses do ano passado e admitiu que os resultados podem ser um reflexo da crise. Os resultados de novembro ainda não foram consolidados, mas algumas grandes lojas informaram queda nas vendas.

Segundo a BR Malls, apesar da crise, haverá aumento das vendas em 2009. O índice de expansão, entretanto, será menor - o mesmo é esperado para a economia brasileira como um todo. A empresa não fez previsões mais específicas para 2009, mas destacou que 60% de suas receitas são garantidas porque têm como origem o aluguel mínimo pago pelos lojistas. Ou seja, só deixam de existir com o fechamento da loja. Além disso, a empresa diz que só 7% das receitas podem sofrer algum reflexo de uma possível queda nas vendas.

Outro fator positivo para a BR Malls é que os aluguéis no Brasil - inclusive os de lojas - são reajustados pelo IGP-M, índice de inflação da Fundação Getulio Vargas que sofre forte impacto da valorização do dólar. Como a moeda subiu 50% em pouco mais de três meses, a expectativa é de aumento dos custos com aluguéis no próximo ano, o que é benéfico para o locador.

A empresa informou ainda que seu caixa ao final do terceiro trimestre deverá ser suficiente para cobrir os investimentos programados em expansão e novos shoppings. Além disso, a BR Malls aprovou programa de listagem de papéis em Nova York por meio de ADRs (certificados de ações negociados nos Estados Unidos) nível 1.

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