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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) vai liberar 830 milhões de reais para o Projeto Malhas, que prevê a expansão de gasodutos nas regiões Nordeste e Sudeste para abastecer residências, indústrias e termoelétricas. A expansão da malha de gasodutos vai gerar 10 mil empregos durante as obras, favorecer o escoamento das reservas próprias da Petrobras, além ampliar a distribuição e o aproveitamento do gás das reservas bolivianas.
Só para termoelétricas, a expansão da malha permitirá um aumento nas vendas de gás natural de aproximadamente 25 milhões de metros cúbicos por dia até 2010, duplicando o mercado atual deste insumo de energia, segundo estimativas do BNDES. Investir na malha é importante, mas o governo ainda não resolveu o maior problemas desse setor , diz Armando Franco, analista do setor de energia da Tendências Consultoria Integrada. "O preço do gás." O Brasil tenta acertar com a Bolívia um novo patamar para o preço do produto, que é cotado em dólar, mas as negociações seguem lentas e sem o retorno esperado.
Para viabilizar o projeto Malhas foram criadas duas empresas de propósito específico (EPE): a Nova Transportadora do Nordeste S.A. (NTN) e a Nova Transportadora do Sudeste S.A. (NTS). O controle acionário da NTN e da NTS é compartilhado: 40% ficam com a Mitsui, uma das maiores "tradings" japonesas do setor; 30% com a Itochu; e, outros 30% com a Mitsubishi, estas últimas também de origem japonesa com atuação em comércio exterior. A Petrobras garantirá a compra da capacidade de transporte gerada pela implantação do projeto. O risco da estatal nessa operação foi assumido pelo BNDES, segundo declarou a Agência Brasil Carlos Lessa, presidente da instituição.
O anúncio do financiamento foi feito numa semana positiva para a Petrobras. A estatal está alongando e reduzindo o custo do seu endividamento. A empresa se prepara para fazer uma nova capitação, no valor de 500 milhões de dólares, sob a coordenação dos bancos Bear Stearns Deutsche Bank. As captações este ano já totalizam 2,2 bilhões de dólares e podem superar os 2,5 bilhões de dólares estabelecidos no plano estratégico.
Rede de gasodutos
O Projeto Malhas foi lançado, a princípio, para garantir o suprimento de gás natural às usinas termoelétricas do Programa Prioritário de Termoelétricas (PPT), mas posteriormente incorporou alternativas para atender o setor industrial. Está orçado em 1 bilhão de dólares e cerca de 40% dos recursos são provenientes do Japan Bank for International Cooperation (JBIC).
A infra-estrutura de gás no Brasil é concentrada e limitada. Cerca de 75% da malha estão em São Paulo e Rio de Janeiro. O país possui uma rede de gasodutos com apenas 7,8 mil quilômetros de gasodutos muito pequena em relação a outros países. A Argentina, por exemplo, tem uma malha de 12,5 mil quilômetros. Nos Estados Unidos, a malha chega a 450 mil quilômetros.
Os investimentos na construção da Malha Sudeste incluem:
Estes investimentos possibilitarão o acesso do gás natural boliviano ao Estado do Rio de Janeiro, o que garantirá maior estabilidade no fornecimento e maior volume ofertado do gás na região, assegurando assim o atendimento às demandas das plantas termoelétricas localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na Malha Nordeste, os investimentos previstos são: