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Banco Espírito Santo fica mais perto de pedir ajuda estatal

Banco registrou prejuízo de € 3,6 bilhões e provisões maiores que as esperadas

Mulher caminha próxima do escritório do Banco Espírito Santo, em Lisboa, Portugal (Rafael Marchante/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2014 às 16h49.

Lisboa/Londres - As esperanças de Portugal de deixar para trás os problemas financeiros e de governança no Banco Espírito Santo (BES) foram frustrados nesta quinta-feira, quando investidores se assustaram com perdas maciças e a revelação de potenciais atividades ilegais no maior banco listado do país.

As ações do BES caíam mais de 40 por cento às 15h20 (horário de Brasília), um dia após o banco divulgar prejuízo de 3,6 bilhões de euros e provisões maiores que as esperadas para cobrir sua exposição a companhias em poder da família Espírito Santo, fundadora do banco.

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Entre as revelações estão duas cartas emitidas pelo banco em favor de credores do grupo Espírito Santo mas que nunca foram registradas nos livros da instituição financeira.

O banco central de Portugal suspendeu funcionários de alto escalão do banco, mas investidores temem sobre quais outras surpresas podem estar à frente.

Depois das revelações, o desejo do BES de realizar um aumento de capital, sem buscar ajuda do governo português, agora é um desafio mais duro de ser cumprido.

O Bradesco, que detém fatia de 3,9 por cento no BES, disse nesta quinta-feira que "não tem interesse" em um eventual aumento de capital do banco português.

O Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, expressou preocupações de que a crise envolvendo o BES e outras holdings da família Espírito Santo dificultarão a recuperação do país de sua pior recessão em quatro décadas.

"É evidente que uma economia como a portuguesa ressente-se necessariamente de uma situação tão grave como aquela que atravessa um grande grupo econômico, como é o Grupo Espírito Santo", disse Marques Guedes a jornalistas, apesar de afirmar que a economia deve continuar crescendo.

O BES foi o único banco português a não ser resgatado durante a crise financeira. A nova gestão da instituição, nomeada em 14 de julho após a família Espírito Santo perder o controle da instituição, quer manter tal status.

No fim da quarta-feira, o banco central de Portugal disse que recursos públicos estão disponíveis se qualquer banco necessitar deles.

"O Banco de Portugal e o novo presidente-executivo do BES comentaram que investidores privados querem participar. Mas o Estado e/ou detentores de bônus têm que ser envolvidos?", questionou o analista Stefan Nedialkov, do Citi, em relatório.

O BES não informou quanto capital vai buscar. João Lampreia, analista do Banco BiG em Lisboa, estimou que a quantia seria de cerca de 3 bilhões de euros.

O banco levantou capital pela última vez em 11 de junho, vendendo 1 bilhão de euros em ações com desconto para investidores atuais em uma operação que diluiu a participação majoritária da família Espírito Santo.

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