América Latina é o mercado da Mastercard que mais cresce
Empresa apresenta seu novo presidente para a região e prevê que em breve o Brasil estará entre seus cinco mercados mais importantes, graças à ;bancarização;
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
A Mastercard está mais atenta do que nunca à América Latina (AL). Os motivos são óbvios: em termos mundiais, é a região em que seus negócios crescem mais rapidamente. Entre janeiro e março deste ano, foram emitidos 11% mais cartões que o registrado no primeiro trimestre de 2003, atingindo 49 milhões de cartões com a bandeira Mastercard circulando na AL. Mas o avanço mais vistoso foi em termos de volume financeiro bruto movimentado: 31%, para 15 bilhões de dólares. "Obtivemos nos últimos quatro anos crescimento de dois dígitos na América Latina", afirma Javier Perez, o novo presidente da Mastercard para a América Latina e Caribe. Deslocado das operações européias, das quais era gerente geral, ele foi apresentado hoje (26/5) pela presidente da empresa para as Américas, Ruth Ann Marshall.
De todo o mundo, afirma Perez, hoje o Brasil é um dos dez mercados estratégicos para a Mastercard. "Em breve será um dos cinco prioritários." Mais uma vez, os números explicam o entusiasmo. Por aqui, a empresa tem 20,63 milhões de cartões, número que significa um crescimento de 9,2% sobre o primeiro trimestre de 2003 e garante a primazia neste quesito na AL. No mesmo período e base de comparação, a movimentação financeira bruta foi de 2,62 bilhões de dólares, com 18,8% de crescimento. "O número de transações no Brasil representou quase 43% do total da região", afirma Perez.
Para crescer mais
Com o objetivo de manter esse ritmo, a empresa está contando com o maior acesso da população brasileira aos serviços bancários. "O governo está incentivando a bancarização", diz Murilo Barbosa, vice-presidente de marketing da Mastercard Brasil. Enquanto nos EUA há dois cartões por pessoa, no Brasil o indicador é 0,25 (45 milhões de cartões para 179 milhões de habitantes). "Vê-se que estamos longe da saturação", afirma Perez. A partir daí, a estratégia é brigar pelo sepultamento definitivo de um grande concorrente. "O Brasil ainda é o país do cheque", diz Desmod Rowan, presidente da MasterCard no país. Ele explica que 2,3 bilhões de cheques são compensados anualmente a um custo de dois a três reais por folha para os bancos. "Com o cartão, realiza-se transação similar a cinco centavos", afirma. Para tanto, a grande arma da Mastercard são os cartões de débito, que cresceram de 1999 a 2003 a um ritmo anual médio de 153%. "É o crescimento mais rápido de qualquer país do mundo", diz Perez. No flanco dos cartões de crédito, Rowan avalia que só a criação de cadastros positivos poderia impulsionar a emissão de cartões no Brasil, além, evidente, do recuo nos juros.
Além disso, diz Barbosa, a Mastercard pretende conquistar maior penetração entre os estabelecimentos comerciais do interior de São Paulo, sul de Minas Gerais, norte do Paraná e outros bolsões em que a economia cresce em função do agronegócio.
Cartões de crédito Mastercard no Brasil, em comparação com AL e operações globais (1º trimestre de 2004 - exclui cartões de débito)
País | Volume financeiro (bilhões de US$) | Número de cartões em circulação (milhões) | Número de transações (milhões) |
Brasil | 2,62 | 20,63 | 111 |
AL | 15,00 | 49,00 | 259 |
Mundo | 332,00 | 627,50 | 3.700 |
Fonte: Mastercard Brasil