Acionistas da Nissan devem apoiar CEO em meio a desgaste com Renault
O novo executivo enfrenta agora a tarefa de tentar sustentar uma parceria de duas décadas que muitos no Japão consideram desequilibrada
Reuters
Publicado em 24 de junho de 2019 às 12h33.
Última atualização em 24 de junho de 2019 às 12h33.
TÓQUIO — Os acionistas da Nissan devem apoiar o presidente-executivo da companhia, Hiroto Saikawa, em uma reunião geral anual na terça-feira, ampliando seu tumultuado mandato em uma montadora abalada pelo escândalo e pela perda de confiança da parceira Renault .
A segunda maior montadora do Japão realizará na terça-feira a sua primeira reunião anual de acionistas desde a queda do ex-presidente Carlos Ghosn ano passado, e poucos dias depois de Saikawa resolver uma disputa altamente divulgada com sua maior acionista Renault sobre reformas de governança corporativa da Nissan.
Embora essa manobra tenha ajudado a retirar a aliança Nissan-Renault da beira da crise, o ex-braço direito de Ghosn enfrenta agora a pouco invejável tarefa de tentar sustentar uma parceria de duas décadas que muitos no Japão consideram desequilibrada, profundamente desigual e cheia de desconfianças dos dois lados.
"A coisa mais importante é a maneira de mitigar os danos... como fortalecer a aliança. Acho que ambas as empresas precisam fazer seus melhores esforços para superar a desconfiança", disse uma pessoa familiarizada com o pensamento da Nissan.
A parceria chegou a seu nível mais baixo neste mês, quando a Renault exigiu que seu presidente fosse indicado para o recém-formado comitê de governança da Nissan. Caso contrário, a Renault sinalizou que bloquearia a Nissan de adotar sua nova estrutura de governança - efetivamente arruinando meses de trabalho de um órgão externo.
A Renault, de longe a menor das duas, detém 43,4% da Nissan após resgatá-la à beira da falência em 1999. A Nissan detém 15% da empresa francesa, mas sem direito a voto. Essa relação desigual tem sido uma fonte de atrito.
"Quase uma semana foi gasta em negociações (sobre o comitê) e claramente isso prejudicaria a confiança em relação à Renault e provavelmente entre as duas empresas", disse a pessoa familiarizada com o pensamento da Nissan.