A Cidade dos Estudantes - Mineração Rio do Norte
Claudinete Colé, de 21 anos, caminha todos os dias durante horas por minas de bauxita nos confins do Pará. Recém-formada em um curso técnico de agronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ela avalia o impacto da atividade no ambiente. Claudinete é um dos cerca de 30 mil jovens que já passaram pelo projeto […]
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
Claudinete Colé, de 21 anos, caminha todos os dias durante horas por minas de bauxita nos confins do Pará. Recém-formada em um curso técnico de agronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ela avalia o impacto da atividade no ambiente. Claudinete é um dos cerca de 30 mil jovens que já passaram pelo projeto Cidade dos Estudantes, em Porto Trombetas, um vilarejo no meio da floresta amazônica, distante 800 quilômetros de Belém. A escola do projeto, que oferece desde cursos de educação infantil até o ensino médio, é a única da região. Os pais de Claudinete, moradores de uma comunidade remanescente de quilombo a 15 minutos de barco de Trombetas, nunca estiveram em uma sala de aula. Aqui tive a chance de escolher meu próprio futuro , diz ela.
O projeto da Fundação Vale de Trombetas, mantido pela Mineração Rio do Norte (MRN), iniciou-se há 24 anos. O público atendido anualmente é de 2 mil crianças e adolescentes, ou 35% da população local, a um custo de 5 milhões de reais. Além da educação formal, há alfabetização de adultos, aulas de reforço escolar e cursos técnicos de mecânica e elétrica, ministrados em parceria com o Senai. Existem também programas de apoio financeiro a alunos que querem cursar universidades. Recentemente, a fundação fechou um acordo com a PUC de Campinas para montar um curso superior de administração no próprio vilarejo.
A idéia é ampliar as possibilidades dessas pessoas , diz Ademar Cavalcanti, diretor da Fundação Vale de Trombetas e coordenador do projeto. Neste ano, a MRN passou a incentivar a participação dos funcionários como voluntários. Hoje, cerca de 20 deles se revezam em plantões para tirar dúvidas dos alunos do curso de alfabetização de adultos.