Yanukovich denuncia insurreição; 26 mortos em confrontos
O presidente Viktor Yanukovich denunciou uma insurreição na Ucrânia, abalada por confrontos nas últimas horas
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 13h02.
Kiev -O presidente Viktor Yanukovich denunciou uma insurreição na Ucrânia , abalada por confrontos nas últimas horas, que deixaram pelo menos 26 mortos no centro de Kiev, ocupado pela oposição .
Neste contexto, os serviços de segurança ucranianos (SBU) anunciaram o início de uma operação "antiterrorismo" no país contra os grupos radicais, considerados responsáveis pela onda de violências.
"Os grupos extremistas e radicais ameaçam com suas ações a vida de milhões de ucranianos", indicou o SBU em um comunicado.
O balanço mais recente do ministério da Saúde registra 26 mortes desde a explosão da violência na terça-feira em Kiev e 241 feridos hospitalizados, incluindo 79 policiais e cinco jornalistas.
Um repórter do jornal Vesti morreu ao ser atingido por tiros perto do cenário dos confrontos, anunciou a publicação.
A violência atingiu outras regiões da ex-república soviética. Em Leopolis (oeste), os manifestantes assumiram o controle de prédios públicos e de depósitos de armas.
O governo dos Estados Unidos e a União Europeia (UE) pediram a Yanukovich a retomada do diálogo com a oposição, enquanto a Rússia acusou os ocidentais.
As manifestações começaram em novembro, quando o governo decidiu repentinamente suspender as negociações de associação com a UE e estreitar as relações econômicas com a Rússia.
Em um discurso à nação exibido durante a madrugada após um encontro infrutífero com líderes da oposição, o presidente do país acusou os manifestantes de terem ultrapassado os limites com a defesa de uma "luta armada" para assumir o poder com uma insurreição.
"Estes supostos políticos tentaram tomar o poder infringindo a Constituição por meio da violência e dos assassinatos", disse o presidente, que prometeu que os responsáveis deverão "responder à justiça".
Os confrontos começaram na terça-feira nas imediações do Parlamento. Durante a noite, as forças de segurança iniciaram uma ofensiva com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral contra Maidan, a Praça da Independência de Kiev, epicentro dos protestos.
Na manhã desta quarta-feira, milhares de manifestantes permaneciam no local, diante das barreiras policiais.
Sacerdotes, artistas e políticos se sucederam durante a noite em um palanque montado na praça, O hino nacional foi tocado várias vezes.
Os policiais assumiram posição ao redor do monumento no centro da esplanada às 4H00, após o uso de gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. As barracas próximas do monumento pegaram fogo.
Como proteção, os opositores utilizaram o fogo. Um veículo blindado foi incendiado.
O governo impôs na terça-feira o estado de emergência de fato: o metrô de Kiev foi fechado e as autoridades anunciaram um "limite" do tráfego em direção à capital a partir da meia-noite, para evitar "uma escalada da violência".
Apesar das críticas da comunidade internacional, Yanukovich exigiu que os manifestantes abandonem a praça, afirmaram os líderes da oposição após uma reunião na noite de terça-feira.
Vários andares da Casa dos Sindicatos, transformada em quartel-general dos manifestantes em Maidan, foram atingidos por um incêndio.
"O presidente propôs que nos rendamos. Ficaremos aqui com os manifestantes", declarou um dos líderes da oposição, Arseni Yatseniuk, à emissora de televisão Kanal 5.
"O governo desencadeou uma guerra contra o próprio povo", declarou outro líder do movimento, o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.
A violência ameaça afetar o restante da Ucrânia. Em Leopolis, reduto dos protestos na região oeste, 5.000 manifestantes assumiram o controle das sedes do governo local e da polícia, assim como de prédios militares e depósitos de armas.
A Rússia atribuiu a explosão de violência aos ocidentais, que "fecham os olhos para as ações agressivas das forças radicais na Ucrânia".
Em Washington, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden se declarou "consternado" e pediu a Yanukovich a retirada das forças de segurança das ruas, além da retomada urgente do diálogo com a oposição.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, alertou para a possibilidade de sanções da UE contra autoridades ucranianas.
O primeiro-ministro polonês Donald Tusk considerou que a Ucrânia está ameaçada por uma "guerra civil", com consequências para a segurança e a estabilidade de toda a região.
Ele também disse que pedirá à UE que adote sanções contra Kiev.
O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, afirmou que o presidente ucraniano Viktor Yanukovich é responsável pelas mortes.
"Devemos ser claros: a responsabilidade final das mortes e da violência recai no presidente Yanukovich. Tem sangue nas mãos", escreveu no Twitter.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, denunciou que a violência registrada em Kiev é um "totalmente ultrajante" e voltou a pedir ao presidente ucraniano que acabe com a escalada de tensão.
*Atualizada às 13h02 do dia 19/02/2014
Kiev -O presidente Viktor Yanukovich denunciou uma insurreição na Ucrânia , abalada por confrontos nas últimas horas, que deixaram pelo menos 26 mortos no centro de Kiev, ocupado pela oposição .
Neste contexto, os serviços de segurança ucranianos (SBU) anunciaram o início de uma operação "antiterrorismo" no país contra os grupos radicais, considerados responsáveis pela onda de violências.
"Os grupos extremistas e radicais ameaçam com suas ações a vida de milhões de ucranianos", indicou o SBU em um comunicado.
O balanço mais recente do ministério da Saúde registra 26 mortes desde a explosão da violência na terça-feira em Kiev e 241 feridos hospitalizados, incluindo 79 policiais e cinco jornalistas.
Um repórter do jornal Vesti morreu ao ser atingido por tiros perto do cenário dos confrontos, anunciou a publicação.
A violência atingiu outras regiões da ex-república soviética. Em Leopolis (oeste), os manifestantes assumiram o controle de prédios públicos e de depósitos de armas.
O governo dos Estados Unidos e a União Europeia (UE) pediram a Yanukovich a retomada do diálogo com a oposição, enquanto a Rússia acusou os ocidentais.
As manifestações começaram em novembro, quando o governo decidiu repentinamente suspender as negociações de associação com a UE e estreitar as relações econômicas com a Rússia.
Em um discurso à nação exibido durante a madrugada após um encontro infrutífero com líderes da oposição, o presidente do país acusou os manifestantes de terem ultrapassado os limites com a defesa de uma "luta armada" para assumir o poder com uma insurreição.
"Estes supostos políticos tentaram tomar o poder infringindo a Constituição por meio da violência e dos assassinatos", disse o presidente, que prometeu que os responsáveis deverão "responder à justiça".
Os confrontos começaram na terça-feira nas imediações do Parlamento. Durante a noite, as forças de segurança iniciaram uma ofensiva com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral contra Maidan, a Praça da Independência de Kiev, epicentro dos protestos.
Na manhã desta quarta-feira, milhares de manifestantes permaneciam no local, diante das barreiras policiais.
Sacerdotes, artistas e políticos se sucederam durante a noite em um palanque montado na praça, O hino nacional foi tocado várias vezes.
Os policiais assumiram posição ao redor do monumento no centro da esplanada às 4H00, após o uso de gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. As barracas próximas do monumento pegaram fogo.
Como proteção, os opositores utilizaram o fogo. Um veículo blindado foi incendiado.
O governo impôs na terça-feira o estado de emergência de fato: o metrô de Kiev foi fechado e as autoridades anunciaram um "limite" do tráfego em direção à capital a partir da meia-noite, para evitar "uma escalada da violência".
Apesar das críticas da comunidade internacional, Yanukovich exigiu que os manifestantes abandonem a praça, afirmaram os líderes da oposição após uma reunião na noite de terça-feira.
Vários andares da Casa dos Sindicatos, transformada em quartel-general dos manifestantes em Maidan, foram atingidos por um incêndio.
"O presidente propôs que nos rendamos. Ficaremos aqui com os manifestantes", declarou um dos líderes da oposição, Arseni Yatseniuk, à emissora de televisão Kanal 5.
"O governo desencadeou uma guerra contra o próprio povo", declarou outro líder do movimento, o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.
A violência ameaça afetar o restante da Ucrânia. Em Leopolis, reduto dos protestos na região oeste, 5.000 manifestantes assumiram o controle das sedes do governo local e da polícia, assim como de prédios militares e depósitos de armas.
A Rússia atribuiu a explosão de violência aos ocidentais, que "fecham os olhos para as ações agressivas das forças radicais na Ucrânia".
Em Washington, o vice-presidente dos Estados Unidos Joe Biden se declarou "consternado" e pediu a Yanukovich a retirada das forças de segurança das ruas, além da retomada urgente do diálogo com a oposição.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, alertou para a possibilidade de sanções da UE contra autoridades ucranianas.
O primeiro-ministro polonês Donald Tusk considerou que a Ucrânia está ameaçada por uma "guerra civil", com consequências para a segurança e a estabilidade de toda a região.
Ele também disse que pedirá à UE que adote sanções contra Kiev.
O ministro das Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, afirmou que o presidente ucraniano Viktor Yanukovich é responsável pelas mortes.
"Devemos ser claros: a responsabilidade final das mortes e da violência recai no presidente Yanukovich. Tem sangue nas mãos", escreveu no Twitter.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, denunciou que a violência registrada em Kiev é um "totalmente ultrajante" e voltou a pedir ao presidente ucraniano que acabe com a escalada de tensão.
*Atualizada às 13h02 do dia 19/02/2014