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Violentos combates na Ucrânia; Washington acusa Moscou

Violentos combates no leste separatista ucraniano foram registrados, ao mesmo tempo em que os EUA acusavam a Rússia de desestabilizar a região

Serguei Lavrov: combates retomaram no início desta tarde (Alexander Nemenov/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 13h03.

Lugansk - Violentos combates envolvendo atiradores, morteiros e lançadores de foguetes foram registrados nesta segunda-feira entre os guardas de fronteira e separatistas pró-russos em Lugansk, no leste da Ucrânia , enquanto Washington acusava a Rússia de desestabilizar a região, fornecendo armas e deixando passar combatentes.

Um grande ataque executado no meio da noite por uma centena de rebeldes contra a sede regional dos guardas de fronteira, nos arredores de Lugansk, centro regional de 450.000 habitantes, continuava na tarde de segunda-feira.

Atiradores disparavam contra o edifício a partir dos telhados de dois prédios residênciais de nove andares. Eles recebiam apoiou de insurgentes nas ruas, armados com fuzis Kalashnikov e lançadores de foguetes.

O fotógrafo viu o corpo de um atirador de elite separatista sendo levado por seus companheiros para a parte inferior do edifício e médicos de emergência que constataram sua morte.

Os guardas de fronteira afirmaram ter matado cinco rebeldes e ferido oito. Em suas fileiras, sete homens foram feridos durante o ataque, indicaram em um comunicado.

Os combates retomaram no início desta tarde depois de uma breve trégua para o transporte de feridos.

Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira possuir "evidências" de que Moscou continua a passar "combatentes" e "armas" no leste da Ucrânia.

A Rússia sempre negou as acusações sobre seu envolvimento na desestabilização da Ucrânia e exige que Kiev pare a "operação punitiva" lançada no leste.

Nesta segunda-feira, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, pediu "corredores humanitários" no leste da Ucrânia em um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU.

A violência nesta parte do país já fez quase 200 mortos, entre soldados, rebeldes e civis, desde o seu início em 13 de abril.

Guerra do gás

Na crise energética, a Rússia concedeu uma Kiev trégua de uma semana até 9 de junho, ao adiar o ultimato sobre o gás e a ameaça de um corte de fornecimento que preocupa a Europa, alvo de negociações em Bruxelas.


Poucas horas antes do início das negociações em Bruxelas, o CEO da Gazprom, Alexei Miller, confirmou ter recebido um pagamento de 786 milhões dólares de Kiev, recordando que a dívida total é de 2,3 bilhões de dólares.

A empresa também abrandou sua posição sobre a questão do fornecimento de gás após 1º de abril, quando o preço do gás foi fixado a um preço incomparável na Europa.

O primeiro-ministro ucraniano Arseni Yatseniuk prometeu no domingo que a Ucrânia iria pagar no prazo de 10 dias sua dívida de gás à Rússia, se os dois países chegarem a um acordo nesta segunda-feira sobre os termos de um novo contrato.

Para o especialista ucraniano Yuri Koroltchouk, a Ucrânia "tem ganhado tempo" para que o presidente Petro Poroshenko, que será empossado em 7 de junho, possa liderar as negociações.

Semana decisiva

Eleito em 25 de maio com mais de 54% dos votos, o bilionário pró-ocidental Petro Poroshenko se reunirá com vários líderes internacionais nas próximas semanas.

Na quarta-feira, o presidente se encontrará na Polônia com o americano Barack Obama, cujo apoio é crucial para um país à beira de uma guerra civil.

Pouco depois, participará das cerimônias oficiais do Desembarque na Normandia, na presença do presidente russo Vladimir Putin.

Mas será o primeiro-ministro britânico que discutirá com o chefe do Kremlin na Normandia sobre a crise na Ucrânia, quando deverá "insistir sobre a importância de um diálogo entre o governo russo e o novo governo ucraniano".

Esta crise deverá pesar em cada etapa de Barack Obama na Europa esta semana, da Polônia à Normandia, passando por uma cúpula do G7 em Bruxelas na quinta-feira.

Este encontro substitui a cúpula do G8 originalmente planejado e com a Rússia no mesmo dia, mas que foi cancelada devido à crise ucraniana.

Poroshenko poderia discutir com ele uma ajuda militar americana à Ucrânia. Em visita a Kiev nesta segunda-feira, o assistente do secretário de Defesa americano, Derek Chollet, disse ter conversado com as autoridades ucranianas sobre uma "ajuda de US$ 18 milhões e uma cooperação de longo prazo para reforçar as estruturas de defesa ucranianas".

Kiev e os Estados Unidos denunciam a presença de cidadãos russos no leste, incluindo chechenos, e o fornecimento de armas para eles.

"Há evidências de que a Rússia continua a permitir o livre fluxo de armas, dinheiro e combatentes através das suas fronteiras" com a Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, em um discurso em Washington.

No terreno, a situação está cada vez mais tensa. A caos tomou conta de Donetsk, um centro industrial de cerca de um milhão de habitantes.

O editor de um jornal regional de Donbass foi sequestrado nesta segunda-feira por homens armados que invadiram a redação, segundo seus colegas.

E a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) continua sem notícias sobre suas duas equipes que desapareceram na região, e que estão, presumivelmente, nas mãos de um separatistas.

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Lugansk - Violentos combates envolvendo atiradores, morteiros e lançadores de foguetes foram registrados nesta segunda-feira entre os guardas de fronteira e separatistas pró-russos em Lugansk, no leste da Ucrânia , enquanto Washington acusava a Rússia de desestabilizar a região, fornecendo armas e deixando passar combatentes.

Um grande ataque executado no meio da noite por uma centena de rebeldes contra a sede regional dos guardas de fronteira, nos arredores de Lugansk, centro regional de 450.000 habitantes, continuava na tarde de segunda-feira.

Atiradores disparavam contra o edifício a partir dos telhados de dois prédios residênciais de nove andares. Eles recebiam apoiou de insurgentes nas ruas, armados com fuzis Kalashnikov e lançadores de foguetes.

O fotógrafo viu o corpo de um atirador de elite separatista sendo levado por seus companheiros para a parte inferior do edifício e médicos de emergência que constataram sua morte.

Os guardas de fronteira afirmaram ter matado cinco rebeldes e ferido oito. Em suas fileiras, sete homens foram feridos durante o ataque, indicaram em um comunicado.

Os combates retomaram no início desta tarde depois de uma breve trégua para o transporte de feridos.

Os Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira possuir "evidências" de que Moscou continua a passar "combatentes" e "armas" no leste da Ucrânia.

A Rússia sempre negou as acusações sobre seu envolvimento na desestabilização da Ucrânia e exige que Kiev pare a "operação punitiva" lançada no leste.

Nesta segunda-feira, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, pediu "corredores humanitários" no leste da Ucrânia em um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU.

A violência nesta parte do país já fez quase 200 mortos, entre soldados, rebeldes e civis, desde o seu início em 13 de abril.

Guerra do gás

Na crise energética, a Rússia concedeu uma Kiev trégua de uma semana até 9 de junho, ao adiar o ultimato sobre o gás e a ameaça de um corte de fornecimento que preocupa a Europa, alvo de negociações em Bruxelas.


Poucas horas antes do início das negociações em Bruxelas, o CEO da Gazprom, Alexei Miller, confirmou ter recebido um pagamento de 786 milhões dólares de Kiev, recordando que a dívida total é de 2,3 bilhões de dólares.

A empresa também abrandou sua posição sobre a questão do fornecimento de gás após 1º de abril, quando o preço do gás foi fixado a um preço incomparável na Europa.

O primeiro-ministro ucraniano Arseni Yatseniuk prometeu no domingo que a Ucrânia iria pagar no prazo de 10 dias sua dívida de gás à Rússia, se os dois países chegarem a um acordo nesta segunda-feira sobre os termos de um novo contrato.

Para o especialista ucraniano Yuri Koroltchouk, a Ucrânia "tem ganhado tempo" para que o presidente Petro Poroshenko, que será empossado em 7 de junho, possa liderar as negociações.

Semana decisiva

Eleito em 25 de maio com mais de 54% dos votos, o bilionário pró-ocidental Petro Poroshenko se reunirá com vários líderes internacionais nas próximas semanas.

Na quarta-feira, o presidente se encontrará na Polônia com o americano Barack Obama, cujo apoio é crucial para um país à beira de uma guerra civil.

Pouco depois, participará das cerimônias oficiais do Desembarque na Normandia, na presença do presidente russo Vladimir Putin.

Mas será o primeiro-ministro britânico que discutirá com o chefe do Kremlin na Normandia sobre a crise na Ucrânia, quando deverá "insistir sobre a importância de um diálogo entre o governo russo e o novo governo ucraniano".

Esta crise deverá pesar em cada etapa de Barack Obama na Europa esta semana, da Polônia à Normandia, passando por uma cúpula do G7 em Bruxelas na quinta-feira.

Este encontro substitui a cúpula do G8 originalmente planejado e com a Rússia no mesmo dia, mas que foi cancelada devido à crise ucraniana.

Poroshenko poderia discutir com ele uma ajuda militar americana à Ucrânia. Em visita a Kiev nesta segunda-feira, o assistente do secretário de Defesa americano, Derek Chollet, disse ter conversado com as autoridades ucranianas sobre uma "ajuda de US$ 18 milhões e uma cooperação de longo prazo para reforçar as estruturas de defesa ucranianas".

Kiev e os Estados Unidos denunciam a presença de cidadãos russos no leste, incluindo chechenos, e o fornecimento de armas para eles.

"Há evidências de que a Rússia continua a permitir o livre fluxo de armas, dinheiro e combatentes através das suas fronteiras" com a Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, em um discurso em Washington.

No terreno, a situação está cada vez mais tensa. A caos tomou conta de Donetsk, um centro industrial de cerca de um milhão de habitantes.

O editor de um jornal regional de Donbass foi sequestrado nesta segunda-feira por homens armados que invadiram a redação, segundo seus colegas.

E a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) continua sem notícias sobre suas duas equipes que desapareceram na região, e que estão, presumivelmente, nas mãos de um separatistas.

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