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Venezuela anuncia soltura de mais de 300 detidos em crise pós-eleitoral

Eles fazem parte dos mais de 2.400 indivíduos presos nas horas seguintes à proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos

Um homem preso durante os protestos após a disputada eleição presidencial de 28 de julho caminha em direção a parentes após sua libertação do lado de fora da prisão de Yare, em San Francisco de Yare, Venezuela, em 16 de novembro de 2024 (Federico PARRA /AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de dezembro de 2024 às 08h21.

Mais de 300 detidos nas manifestações contra a questionada reeleição do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foram libertos, anunciou o governo nesta quinta-feira, 12, a menos de um mês de sua posse para o próximo mandato.

Eles fazem parte dos mais de 2.400 indivíduos que foram presos nas horas seguintes à proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, que gerou protestos que deixaram 28 mortos e quase 200 feridos.

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"Nas últimas 72 horas (10, 11 e 12 de dezembro) foram realizadas 103 solturas, que se somam a 225 medidas cautelares concedidas no dia 26 de novembro", informou um comunicado da vice-presidência de Segurança, que é liderada pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello.

Os detidos, incluindo mais de uma centena de adolescentes, foram acusados de "terrorismo" e levados para presídios de segurança máxima.

Muitos foram presos sem ordem judicial. O governo criou canais para denunciar suspeitos na chamada "Operação Tun Tun", em referência ao som da batida na porta quando os oficiais chegam.

O governo responsabiliza a oposição - à qual se refere como "setores fascistas e extremistas" - por "perturbar a paz da Venezuela".

Maduro - que frequentemente apela à "união cívico-militar-policial" - neutralizou duramente as manifestações, que rapidamente perderam apoio, em meio a um clima generalizado de medo.

A ONG especializada Foro Penal informou na quarta-feira a libertação de 18 pessoas, incluindo 12 adolescentes. A mesma organização confirmou a soltura de 169 do primeiro grupo de 225 que as autoridades anunciaram.

A oposição liderada por María Corina Machado, na clandestinidade, afirma que seu candidato, Edmundo González Urrutia, agora no exílio, derrotou Maduro nas eleições com 70% dos votos e, para provar, publicou cópias de mais de 80% das atas geradas pelas urnas de votação.

O Conselho Nacional Eleitoral, acusado de servir a Maduro, garante, no entanto, que o presidente de esquerda venceu com 52% dos votos. O órgão não apresentou até hoje a apuração detalhada, como exige a lei.

A posse para o período presidencial de 2025-2031 está prevista para 10 de janeiro, e Maduro convocou a população para sair às ruas "para jurar pela Venezuela, jurar pela independência, jurar pela pátria bolivariana".

González Urrutia - que os Estados Unidos e vários países reconhecem como presidente eleito – também disse que viajará da Espanha, onde está exilado, à Venezuela, para assumir o cargo. O diplomata, de 75 anos, deixou o país em setembro, após ser alvo de um mandado de prisão.

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