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Universidade japonesa se desculpa por prejudicar mulheres em vestibular

A Universidade de Medicina de Tóquio estuda aprovar de forma retroativa as mulheres que foram prejudicadas pelas manipulações

A Universidade se desculpou e disse que as manipulações não poderiam ter acontecido (Universidade de Tóquio/Wikimedia Commons)

A Universidade se desculpou e disse que as manipulações não poderiam ter acontecido (Universidade de Tóquio/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 11h45.

Tóquio - A Universidade de Medicina de Tóquio, no Japão, se desculpou na terça-feira, 7, após uma investigação confirmar que a instituição reduziu deliberadamente as notas de mulheres que prestaram seus exames de admissão durante ao menos uma década.

A faculdade disse que a manipulação não deveria ter acontecido e não acontecerá no futuro. Além disso, afirmou que está considerando a ideia de admitir de forma retroativa as mulheres que teriam sido aprovadas nas provas, mas não explicou como isso seria feito.

"Pedimos sinceras desculpas pelas transgressões graves envolvendo exames de admissão que causaram preocupação e problemas para muitas pessoas, e traíram a confiança da população", disse o diretor administrativo da universidade, Tetsuo Yukioka. Ele negou qualquer conhecimento prévio da manipulação e afirmou que nunca esteve envolvido no caso.

"Suspeito que houve falta de sensibilidade às regras da sociedade moderna, na qual as mulheres não deveriam ser tratadas de forma diferente em razão de seu gênero", disse Yukioka.

Segundo reportagens da imprensa local, cerca de 10% das mulheres inscritas foram excluídas do processo. As alterações foram descobertas a partir de uma investigação interna realizada após alegações de corrupção nas provas, o que causou protestos e revolta.

Advogados investigaram o exame de admissão prestado pelo filho de um funcionário do Ministério da Educação e disseram ter concluído que sua nota, assim como a de vários outros candidatos, foi aumentada "injustamente". Em um dos casos, os investigadores apontaram 49 pontos de diferença entre o número real e o número inflado.

O grupo concluiu que as notas foram alteradas para dar mais pontos aos homens do que às mulheres, reduzindo o número das que eram aceitas. A justificativa seria o fato de que mulheres estão mais inclinadas a deixar a profissão depois de ter filhos ou por outras motivações.

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