Papaconstantinou, ministro das Finanças grego: sem ajuda, o país terá que "apresentar moratória" (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2011 às 14h20.
Atenas - Uma equipe de especialistas da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) começou a discutir nesta quarta-feira em Atenas, o novo programa de privatizações e austeridade da Grécia para reduzir seu déficit e superar a falência.
Os analistas se reuniram com o ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, para revisar o ambicioso programa de privatizações e reestruturação de ativos estatais com o qual se pretende arrecadar 50 bilhões de euros até 2015, e reduzir em 20 pontos a dívida, que já alcança 153% do Produto Interno Bruto (PIB).
O programa de privatizações, alguns já previstos para os próximos seis meses, inclui serviços públicos, loterias, portos e aeroportos, cassinos e bancos.
As conclusões dos especialistas, que estarão na Grécia até 6 de junho, dependem do quinto lance - de 12 bilhões de euros de um crédito internacional de 110 bilhões de euros da eurozona e do FMI.
"Sem esse dinheiro o Estado seria obrigado a 'fechar a loja' e a apresentar moratória", declarou ontem Papaconstantinou.
O primeiro-ministro grego, Georgios Papandréu, tentou sem sucesso conseguir um consenso com a oposição para enfrentar os cortes e ressaltou que em qualquer caso realizará as reformas.
"Me mantenho aberto para as boas idéias e propostas que sejam produtivas, procedente dos partidos ou de qualquer organismo, com a condição de que sirvam para cumprir as difíceis metas do país", declarou Papandréu após uma reunião com o presidente heleno, Károlos Papoulias.
"Alcançamos objetivos muito difíceis em um momento crítico, e assim é o que devemos continuar. Estamos entrando com determinação em uma nova fase do programa (de reformas)", acrescentou Papandréu, ao lembrar que em 2010 a Grécia reduziu em quase um terço seu déficit, até 10,5%, de mais de 15% do PIB em 2009.
A comissária europeia de Pesca, a socialista grega María Damanaki, sustentou "a maior conquista da Grécia do pós-guerra, o euro e o rumo europeu, está em perigo", advertiu em comunicado e acrescentou que ou se aplica "um programa de profundos sacrifícios que tenham resultados ou voltaremos ao drama".