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UE defende acordo nuclear com o Irã, apesar das críticas de Trump

Chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, afirmou que o pacto firmado cumpre seu objetivo

Federica Mogherin: "o acordo funciona e cumpre com seu principal objetivo que é manter o programa nuclear iraniano sob controle e sob uma estreita vigilância" (Emmanuel Dunand/AFP)
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AFP

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 12h51.

A União Europeia enfatizou nesta quinta-feira seu apoio ao acordo nuclear alcançado com o Irã em 2015, afirmando que o pacto cumpre seu objetivo, em um contexto de incerteza sobre eventuais sanções do presidente americano Donald Trump contra Teerã.

"O acordo funciona e cumpre com seu principal objetivo que é manter o programa nuclear iraniano sob controle e sob uma estreita vigilância", afirmou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, depois de se reunir, em Bruxelas, com o chanceler iraniano Mohamad Javad Zarif e seus colegas britânico, francês e alemão.

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Os chanceleres do Reino Unido, França e Alemanha já haviam manifestado seu apoio ao histórico acordo.

O acordo de julho de 2015 alcançado entre Teerã e o grupo 5+1 - Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha - permitiu levantar parte das sanções internacionais impostas ao Irã em troca de garantias sobre o caráter exclusivamente civil de seu programa nuclear.

Apesar do apoio explícito dos europeus, Trump tem previsto decidir nos próximos dias se impõe de novo uma série de sanções econômicas suspensas depois que o Irã cumpriu um dos compromissos do pacto.

O Irã já disse estar preparado para todos os cenários.

Depois do encontro em Bruxelas, Zarif enfatizou em um tuíte o forte consenso com os europeus de que seu país cumpre com o acordo conforme condicionado por parte dos Estados Unidos.

O chanceler francês Jean-Yves Le Drian indicou neste sentido que a Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) "confirma regularmente a boa aplicação do acordo por parte do Irã", e por isso não existem dúvidas atualmente sobre o respeito aos compromissos.

Estabilidade

Os europeus estão especialmente preocupados com a estabilidade em uma região onde o Irã xiita apoia o regime sírio de Bashar al Assad, o Hezbollah libanês e os rebeldes huthis do Iêmen, assim como pelo impacto neste sentido da futura decisão do presidente americano.

Mogherini, que desempenhou o papel de mediadora nessas negociações, pediu a todas as partes que "continuem aplicandoplenamente o acordo", que, a seu ver, "torna o mundo mais seguro e impede uma eventual corrida pelas armas nucleares na região".

Os chanceleres europeus também teriam alcançado um princípio de acordo com os iranianos para iniciar um diálogo sobre os temas que não estão no acordo, como a situação no Iêmen, segundo o ministro das Relações Exteriores alemão, Sigmar Gabriel.

Os europeus aproveitaram também para expressar suas divergências com Teerã em relação a outros pontos, como o desenvolvimento de mísseis balísticos, segundo indicaram na coletiva de imprensa.

Os 28 países da UE igualmente lamentaram a "perda inaceitável de vidas humanas" nas manifestações de iranianos que deixaram recentemente vinte mortos.

O chanceler alemão pediu ao governo de do presidente iraniano Hassan Rohani, que "declarou que a insatisfação do povo iraniano devia ser levada a sério e suas legítimas demandas ouvidas", que conduzisse esse diálogo com a sociedade iraniana.

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