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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
A Toyota decidiu tornar James Press, seu presidente de operações americanas, o primeiro membro não japonês a compor a diretoria da companhia. O anúncio vem em um período de ascensão da montadora japonesa e de penúria das rivais dos Estados Unidos.
Press também foi promovido a diretor sênior, um cargo executivo na matriz japonesa que fica apenas dois níveis abaixo do presidente da Toyota, Katsuaki Watanabe. Press é o primeiro não japonês a alcançar a esse nível nos 72 anos de história da Toyota, de acordo com o jornal americano The New York Times
A promoção de Press parece ser parte de um esforço por parte da Toyota e outras montadoras japonesas para colocar americanos em cargos de decisão. O empurrão reflete a importância do mercado dos Estados Unidos, maior fonte de lucro da companhia, e também a difusão da noção de que executivos americanos possuem maior capacidade de entender as necessidades dos consumidores do país.
Press está na Toyota desde 1970, quando deixou a Ford. Na época, a montadora vendia apenas 200 mil veículos nos Estados Unidos, todos eles importados do Japão. No ano passado, quando Press assumiu o comando das operações da companhia em toda a América do Norte, o mercado americano comprou 2,54 milhões de carros produzidos pela Toyota - a japonesa é agora a terceira maior em vendas no setor, atrás apenas de General Motors (GM) e Ford. O trunfo da montadora têm sido carros populares e mais eficientes. Ao mesmo tempo, as grandes dos Estados Unidos - GM e Ford - vêm fechando fábricas e demitindo funcionários.
O sucesso tem criado, no entanto, uma polêmica política à Toyota. Membros do Congresso americano têm criticado o Japão, acusando o país de desvalorizar sua moeda para ajudar a reduzir o preço dos carros que produz. Para evitar uma onda de protecionismo, a Toyota tem transferido parte de sua produção para os Estados Unidos, com o anúncio de uma nova fábrica no Mississippi há dois meses - esta será a oitava unidade da companhia na América do Norte. Mas quase metade dos veículos vendidos pela Toyota ao mercado americano ainda é fabricada no Japão, o que poderia deixar a montadora mais vulnerável a críticas.
A Toyota também anunciou hoje a entrada de outros oito novos membros na diretoria. A nova formação ainda tem de ser aprovada pelos acionistas em uma reunião marcada para junho.