Mundo

Terremoto e furacão Katia castigam México em apenas 24 horas

Furacão Katia, no entanto, perdeu força e foi rebaixado à categoria de tempestade tropical

Ondas fortes no litoral do México antes da passagem do furacão Katia (Victor Yanez/Reuters)

Ondas fortes no litoral do México antes da passagem do furacão Katia (Victor Yanez/Reuters)

A

AFP

Publicado em 9 de setembro de 2017 às 11h32.

O furacão Katia tocou a terra na noite de sexta-feira na costa do estado mexicano de Veracruz, no Golfo do México, perdendo força e passando à categoria 1 na escala Saffir-Simpson (até 5), antes de ser rebaixado novamente à categoria de tempestade tropical.

O fenômeno atingiu o país 24 horas depois do terremoto de 8,2 graus de magnitude, o maior registrado no México em 100 anos, que deixou ao menos 61 mortos e mais de 200 feridos.

Katia tocou a terra no norte de Tecolutla, México, com ventos firmes de 120 km/h, informou um boletim das 03H00 GMT (24H00 Brasília) do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

O fenômeno perdeu força durante a madrugada, depois de atingir a costa leste do país.

As ruas de Tecolutla, localidade de 8.000 habitantes, amanheceram com árvores e postes derrubados, mas sem obstruir a passagem dos veículos.

As autoridades temiam que a passagem do furacão Katia poderia provocar fortes chuvas e inundações de rios, no momento em que o México começa a se recuperar do terremoto de quinta-feira à noite.

O governo decretou alerta na costa de Veracruz, no vizinho estado de Tamaulipas e em outras zonas do centro e do leste do país na rota do furacão.

Mais de um milhão de pessoas poderiam ser afetadas pela passagem de Katia.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, pediu à população da costa do Golfo do México e do centro do país que tenha "extrema precaução" diante de inundações.

Peña Nieto confirmou o balanço de 61 vítimas fatais no terremoto da véspera, das quais 45 no estado de Oaxaca, 12 em Chiapas e quatro em Tabasco. Ele fez o anúncio na cidade de Juchitán, a mais atingida pelo sismo, com 36 mortos até agora.

As autoridades advertiram para a possibilidade de uma réplica superior a 7 graus nas 24 horas posteriores ao sismo, o que apressa os trabalhos de resgate nas zonas afetadas.

Teme-se, ainda, que o número de vítimas aumente.

Em Juchitán, cidade de 100 mil habitantes com forte presença da etnia zapoteca, situada ao sul de Oaxaca, o terremoto reduziu a escombros o Palácio Municipal.

Na madrugada, um morador solitário se aventurou em meio aos destroços do que foi uma majestosa construção colonial para resgatar uma bandeira mexicana e agitá-la, uma imagem registrada em vídeo, que viralizou nas redes sociais.

Muitas casas, escolas e o mercado estavam partidos ao meio, outros expunham suas entranhas, com tapumes quebradas, vigas metálicas dobradas e vidros quebrados.

A Cidade do México, cidade com mais de 20 milhões de habitantes, que não esquece o pesadelo do sismo de 19 de setembro de 1985, de 8,1 graus, que deixou em ruínas vastas zonas com mais de dez mil mortos, aguardava com expectativa a ocorrência de uma réplica.

A megalópole, que às sextas-feiras costuma ser animada e caótica, estava parcialmente deserta em amplos setores. As escolas públicas e algumas privadas suspenderam as aulas para verificar se havia danos estruturais em suas instalações, enquanto algumas empresas só convocaram os trabalhadores essenciais.

Autoridades e especialistas esclareceram que desta vez a distância com o epicentro foi de 700 km, enquanto em 1985 foi de uns 400 km e daí seu impacto foi menor no centro do país.

O tremor ocorreu às 23H49 locais de quinta-feira (01H49 de sexta, hora de Brasília) perto da localidade de Tonalá (Chiapas), a 100 km da costa e a uma profundidade de 19 km.

Mais de Mundo

Zelensky defende ‘paz justa’ enquanto Putin reforça comando militar nas fronteiras

Após ataques de Israel ao Líbano, tensão no Oriente Médio chega ao limite

Preso na França, fundador do Telegram diz que 'não tem nada a esconder'

Ucrânia acusa Bielorrússia de aumentar contingente militar na fronteira entre os dois países

Mais na Exame