Suposto espião dos EUA detido em Moscou tinha dados secretos, diz advogado
O advogado afirmou que não sabe como Whelan conseguiu a informação e nem o que pretendia fazer com ela
EFE
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 10h00.
Moscou- O advogado de Paul Whelan, o suposto espião americano detido em Moscou, disse nesta terça-feira que seu cliente tinha informação qualificada como segredo de Estado pelos investigadores no momento da detenção em dezembro.
"Só posso confirmar que, quando foi detido, tinha informação que constitui segredo de Estado", disse Vladimir Zherebenkov, antes da audiência que estudará o recurso contra a detenção do americano, segundo informaram as agências "Interfax" e "RIA Novosti".
O advogado afirmou que não sabe como Whelan tinha conseguido esta informação e nem o que pretendia fazer com ela ou se era consciente do conteúdo dos dados que tinham chegado às suas mãos.
A defesa de Whelan, que também tem nacionalidade britânica, irlandesa e canadense, pediu previamente ao Tribunal Municipal de Moscou a anulação da detenção de seu cliente e a concessão de liberdade mediante o pagamento de fiança durante a investigação do caso, que pode se prolongar por "pelo menos, seis meses".
Nesta terça-feira, representantes das embaixadas dos EUA, do Canadá e do Reino Unido compareceram ao tribunal para assistir à audiência de Whelan, acusado oficialmente de espionagem, um crime que na Rússia é passível de uma pena de até 20 anos de prisão.
Desde o final de dezembro, Whelan, um antigo infante de marinha dos EUA, está detido preventivamento depois que agentes do Serviço Federal de Segurança (FSB, antiga KGB) o prenderam em um hotel de Moscou por supostamente "realizar atividades de espionagem".
Segundo os veículos de imprensa russos, Whelan foi detido após receber supostamente de um conhecido um cartão de memória que "continha a lista completa dos trabalhadores de um serviço secreto" russo.
A família do americano nega as acusações contra si e assegura que Whelan viajou para Moscou para participar de um casamento.
As autoridades russas descartaram a eventual troca do americano por cidadãos russos detidos nos Estados Unidos.