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Soldado russo foge para a Ucrânia depois de espionar seu próprio país; entenda

Militar de 24 anos, apelidado de 'Silver', atuou como espião na unidade Storm antes de se unir à Legião Liberdade para a Rússia e ajudar a Ucrânia com informações estratégicas

Reprodução: I Want To Live Project (I Want To Live Project/Reprodução)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 22 de agosto de 2024 às 11h27.

Última atualização em 22 de agosto de 2024 às 13h57.

Um soldado russo, identificado pelo codinome "Silver", desertou para a Ucrânia após meses de espionagem a favor de um grupo de resistência russo que luta ao lado das forças ucranianas. O desertor, de 24 anos e originário da Sibéria, havia se alistado no Exército russo em 2021 e fazia parte da unidade Storm, antes de decidir se unir à Legião Liberdade para a Rússia, um grupo de dissidentes russos que apoia a Ucrânia no conflito. As informações são a CNN.

Silver explicou suas razões para desertar em uma entrevista publicada no YouTube pelo projeto "I Want to Live", uma iniciativa do governo ucraniano que recebe apelos de soldados russos desejando se render. Segundo ele, embora tenha inicialmente se alistado para proteger sua pátria, não queria lutar por uma guerra que considerava injusta nem morrer pelo presidente russo, Vladimir Putin.

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Durante seu tempo na unidade Storm, Silver serviu como operador de drones na área de Avdiivka, no leste da Ucrânia, além de ter atuado anteriormente na fronteira com a China. Enquanto ainda servia ao Exército russo, ele começou a transmitir informações críticas à Legião Liberdade para a Rússia, incluindo a localização de tropas, equipamentos e planos de ação.

Explosão gravada

Em um dos momentos mais dramáticos de sua deserção, Silver plantou explosivos no quartel da unidade Storm, ferindo gravemente o comandante e vários oficiais superiores. A operação foi registrada em vídeo, que foi posteriormente divulgado pela Legião no YouTube, mostrando a explosão que desencadeou um incêndio.

Após a explosão, Silver conseguiu escapar ao longo de uma rota previamente combinada com o comando da Legião e a equipe do projeto "I Want to Live". Agora, ele está passando por um treinamento básico como recruta da Legião Liberdade para a Rússia.

O Departamento de Inteligência da Ucrânia, que batizou a operação de "Ocheret", afirmou que Silver decidiu colaborar com o país depois de testemunhar crimes de guerra sistemáticos e outras atrocidades cometidas por seus superiores, incluindo execuções extrajudiciais e espancamentos.

Por meio da cooperação de Silver, a Ucrânia obteve informações valiosas sobre a localização, número e intenções das forças russas em uma área específica da linha de frente, reforçando suas estratégias de defesa. O caso de Silver destaca a crescente insatisfação dentro das fileiras do Exército russo e o impacto que deserções como a dele podem ter no desenrolar do conflito.

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