Mundo

Setor produtivo vê 2o turno como chance de debates

Representantes do setor gostaram da realização do segundo turno para uma maior discussão de alguns temas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - Os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) vão disputar a Presidência da República em segundo turno, indicam números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste domingo.

A seguir comentários de representantes do setor produtivo sobre esse resultado.

Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI):

"A realização de um segundo turno mostra que as instituições democráticas estão fortes. É uma possibilidade de se discutir temas importantes, não apenas relacionados ao desenvolvimento, mas a questões sociais. Na campanha para o primeiro turno os candidatos viajam o país inteiro e o debate fica mais pulverizado, agora haverá a oportunidade de uma discussão mais aprofundada. É um momento rico para o país."

Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB):

"Tanto Dilma quanto Serra, no sentido macroeconômico, vejo poucas diferenças. Marina é a candidata mais fraca, pautada por um tema único... Mas vai ter uma importância grande no segundo turno. Vejo mais barreiras em Serra do que em Dilma, na questão ambiental. Acho que Dilma é mais pragmática, é mais desenvolvimentista. Em vários momentos, ela já apregoou que as licenças ambientais têm atrapalhado, atrasado o desenvolvimento. Não significa que a Rural vai apoiar, mas sob o ponto de vista prático de uma questão, é isso.

Acho que temos que ter um volume maior de debate, temos que conhecer melhor as propostas dos candidatos. Os candidatos não debateram essa questão rural, da agricultura. A agricultura sob o ponto de vista da logística... os envolvimentos que a agricultura tem no país não foram relevantes, a questão cambial, dos seguros, de barreiras sanitárias."

Rui Prado, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO):

"Acho até bom esse segundo turno, uma vez que poderemos discutir melhor as propostas, pois pouco se falou sobre a agropecuária no primeiro turno... Um ponto importante seria a implantação definitiva do Fundo de Catástrofe, proporcionando um seguro rural condizente com a realidade. Uma discussão de logística, de verticalização da produção... precisamos industrializar, agregar valor na matéria-prima, então isso tudo espero que seja mais bem discutido."

Adriando Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infraestrutura:

"A briga pode ser boa no segundo turno, configurando Dilma com menos votos que o esperado e Serra e Marina trazendo mais do que se previa. Em três Estados importantes não vai ter segundo turno para governador, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, e vai deixar Aécio (Neves) mais solto, Serra não vai ser mais um fardo para ele, ele pode se jogar mais na campanha. Isso pode ser ruim pra Dilma."

Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústra da Construção (CBIC):

"O segundo turno entre Dilma e Serra é uma forma de o Brasil analisar as propostas de uma forma mais criteriosa: haverá um debate maior sobre o que país precisa e quais as novas opções. Acredito que a continuação da campanha não afetará o ritmo da economia, porque nenhum dos candidatos imagina um país que não caminhe em direção ao desenvolvimento."

Melvyn Fox, presidente Associação das empresas de Materiais de Construção (ABRAMAT):

"Para o setor de construção, não vemos nenhuma alteração mais profunda. A candidata Dilma mostrou claramente que vai dar continuidade aos projetos do setor, enquanto Serra não se mostrou contrário ao programa 'Minha Casa, Minha Vida'. Não importa quem seja o vencedor, haverá continuidade do que a gente está vendo e as perspectivas continuam positivas para o setor."

Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE):

"O segundo turno das eleições será importante para que os dois candidatos possam discutir as questões da competitividade na indústria e dos preços de energia. Acredito que agora haverá uma discussão mais profunda sobre os grandes problemas do país."

João Crestana, presidente dos Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (SECOVI-SP):

"Para um melhor debate, o segundo turno é muito importante. Alguns assuntos podem ser melhor discutidos, como as reformas política, tributária e da Previdência. Neste mês, as conversas devem evoluir e muitos detalhes sobre os projetos serão trazidos. A questão da habitação pode ser mais discutida. O 'Minha Casa, Minha Vida' está atingindo bons resultados, mas tudo pode ser aperfeiçoado."

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaAmérica LatinaDados de BrasilEleiçõesEleições 2010IndústriaIndústrias em geralPolítica no Brasil

Mais de Mundo

Trump critica democratas durante encontro com Netanyahu na Flórida

Milei diz que a Argentina apoia o povo venezuelano em sua 'luta pela liberdade'

Venezuela fecha fronteiras terrestres e barra entrada de avião com ex-presidentes do Panamá e México

Por que Kamala Harris é 'brat' — e como memes podem atrair o voto dos jovens e da geração Z

Mais na Exame