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Setembro registra as maiores temperaturas para o mês na história

Temperatura do planeta já aumentou mais de 1°C e avança em média 0,2°C por década desde o fim dos anos 1970

Califórnia: América do Norte teve um mês de setembro muito quente, sobretudo dom os 49°C registrados no início do mês no condado de Los Angeles (Stephen Lam/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de outubro de 2020 às 09h36.

O mês passado foi o setembro mais quente já registrado no mundo, anunciou nesta quarta-feira (7) o serviço sobre mudança climática do programa europeu Copernicus, que indicou que 2020 pode ser o ano mais quente da história, superando 2016.

O período de 12 meses entre outubro de 2019 e setembro de 2020 fica 1,28°C acima da média das temperaturas da era pré-industrial.

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Levando em consideração que os últimos cinco anos foram os mais quentes da história, o dado aproxima o planeta do limite de 1,5°C, a meta do Acordo de Paris.

O pacto, assinado em 2015 e em que quase 200 Estados se comprometeram a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, pretende manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC, no máximo 2°C, para limitar o impacto das tempestades, secas e outros fenômenos extremos cada vez mais devastadores.

A temperatura do planeta já aumentou mais de 1°C e avança em média 0,2°C por década desde o fim dos anos 1970, destaca o programa Copernicus em seu balanço climático mensal.

E 2020 não vai mudar a tendência, pois também registra os meses de janeiro, maio e junho mais quentes da história.

"A nível mundial, setembro de 2020 ficou 0,05°C acima de setembro de 2019, o mês mais quente registrado até agora", indica o serviço europeu. Isto significa 0,63°C acima da média do período 1981-2020.

As temperaturas foram especialmente elevadas na Sibéria, seguindo a tendência de uma onda de calor que começou na primavera (hemisfério norte) e que favoreceu uma série de grandes incêndios.

Calor ártico

O calor também ficou acima do normal no Oceano Ártico, destaca o programa, ao recordar que este ano a camada de gelo no Ártico terminou o verão com a segunda menor área da história, depois da registrada em 2012.

"A combinação em 2020 de temperaturas recorde e de uma camada de gelo a um nível reduzido evidencia a importância de melhorar o controle em uma região com aumento da temperatura mais rápido que o resto do mundo", comenta Carlo Buontempo, diretor do programa europeu sobre mudança climática.

E o Grande Norte não foi a única zona afetada.

A América do Norte teve um mês de setembro muito quente, sobretudo dom os 49°C registrados no início do mês no condado de Los Angeles, em uma Califórnia devastada por incêndios.

Além do mês de setembro, os dados dos satélites europeus mostram que o período que vai de janeiro a setembro de 2020 é mais quente que o mesmo período de 2019, segundo ano com as temperaturas mais elevadas.

A análise compara os nove meses de 2020 e de 2016, o ano mais quente da história, e revela anomalias "bastante parecidas", segundo o Copernicus. Mas fenômenos climáticos como o desenvolvimento atual de La Niña, que tende a reduzir a temperatura mundial, "influenciarão sobre a probabilidade de 2020 se tornar o ano mais quente da história".

"Restam três meses, durante os quais tudo pode acontecer", declarou à AFP Freja Vamborg, cientista do  Copernicus, antes de recordar que a agência "não faz previsões sobre as temperaturas mundiais".

A base de dados de satélite do Copernicus para a observação das temperaturas começa em 1979, mas os dados convencionais terrestres e as informações de outras agências não mostram nenhum ano com temperaturas maiores antes de 1979, desde a era pré-industrial.

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