Ratko Mladic: ex-militar foi condenado à prisão perpétua por genocídio (International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia (ICTY)/Handout/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de novembro de 2017 às 14h49.
Sarajevo - Os líderes dos sérvios da Bósnia e Herzegovina denunciaram nesta quarta-feira como parcial e politicamente motivada a prisão perpétua ditada contra o ex-chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladic, e advertiram que não contribuirá para a reconciliação no país.
O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) condenou hoje Mladic por crimes como o assassinato de 8 mil muçulmanos bósnios na cidade de Srebrenica durante a Guerra Bósnia (1992-1995).
Mladen Ivanic, o membro sérvio Presidência da Bósnia e Herzegovina, declarou que a condenação de Mladic "mostra que prossegue a atitude negativa para os sérvios" e afirmou que o TPII "será recordado não por fazer justiça, mas política".
"O Tribunal da Haia trouxe desconfiança ao invés de confiança e ao invés da reconciliação, provocará novos conflitos políticos", disse Ivanic aos veículos de imprensa bósnios.
Sobre a condenação de Mladic, Ivanic afirmou que não podia esperar outra decisão de um tribunal que ditou cinco prisões perpétuas e 758 anos de prisão contra criminosos sérvios, frente a 166 anos para croatas e 41,5 contra muçulmanos bósnios, comparou.
Já o presidente do Parlamento do ente sérvio da Bósnia, Nedeljko Cubrilovic, declarou que o TPII mostrou que é parcial e tem motivações políticas.