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Sem Jobim, Dilma cobra lealdade de militares

Futura presidente avisou que não haverá participação das Forças Armadas em novas ações nos morros do Rio de Janeiro

Dilma recebeu ontem, o general Enzo Peri, o almirante Júlio Soares de Moura Neto e o brigadeiro Juniti Saito (Roberto Stuckert Filho/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 09h01.

São Paulo - Em recado para a área militar, a presidente eleita, Dilma Rousseff, escanteou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, do processo de confirmação nos cargos dos atuais comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Dilma recebeu ontem, na Granja do Torto, separadamente, o general Enzo Peri, o almirante Júlio Soares de Moura Neto e o brigadeiro Juniti Saito, quando cobrou “lealdade” a ela, que é comandante-suprema das Forças Armadas. A presidente foi aconselhada e decidiu manter Jobim no Ministério por entender que a pasta está bem conduzida, em meio a um processo de consolidação da área da Defesa.

O encontro com os três comandantes, nos moldes que ocorreu, foi sugerido pelo ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger, que teve muito contato com os militares durante a elaboração da Estratégia Nacional de Defesa. Dilma acatou, inclusive, a sugestão de que a conversa fosse separada e a sós, sem a presença de Jobim, a quem os comandantes estão subordinados, para que ela pudesse pedir a lealdade de conduta a ela e não ao ministro. Jobim havia sugerido sua presença no encontro, mas não foi atendido. Foi avisado de que outra reunião entre ele, a presidente e os três comandantes seria marcada para breve.

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Dilma, que já conhecia os três comandantes - com os quais debateu problemas de cada um em sua passagem pela Casa Civil -, manterá todos os três nos respectivos cargos. Em nenhum dos encontros se tratou de direitos humanos ou da criação da chamada "Comissão da Verdade" - mas com todos os três foi debatida a atuação das Forças Armadas no Rio de Janeiro.

Ela assegurou que a presença das tropas no Estado será uma coisa episódica, como prevê a legislação, e não por tempo indeterminado, como desejava o governador Sérgio Cabral. Avisou, ainda, que não haverá participação das Forças Armadas em novas ações nos morros do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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