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Secretário de Estado dos EUA fala em "vírus Wuhan" e irrita chineses

Autoridades da China reclamaram das declarações de Mike Pompeo e disseram que a prioridade deveria ser conter o avanço do vírus

Mike Pompeo: secretário parabenizou a ação do Partido Comunista Chinês, mas destacou que "foi o coronavírus de Wuhan que causou" a epidemia (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 7 de março de 2020 às 12h18.

Última atualização em 7 de março de 2020 às 12h39.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, chamou a nova epidemia de COVID-19 de " vírus Wuhan ", uma doença que está preocupando autoridades de todo o mundo, apesar da reclamação da China .

Na quinta-feira, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos falou pela primeira vez sobre o "vírus Wuhan", em referência à cidade chinesa que foi o epicentro do surto do novo coronavírus .

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Nesse pronunciamento, ele destacou o envio de 37 milhões de dólares em ajuda americana aos países afetados pela "disseminação do vírus Wuhan".

Ele então usou a expressão várias vezes em entrevistas nesta sexta-feira.

"O Partido Comunista chinês foi o primeiro a explicar que é onde começou o vírus", disse à Fox News.

"Não é Mike Pompeo que fala isso", acrescentou à CNBC.

 

Numa entrevista a essa emissora, sobre a resposta de Pequim ao surto, Pompeo parabenizou a ação do Partido Comunista Chinês, mas destacou que "foi o coronavírus de Wuhan que causou" a epidemia.

Quando lhe foi perguntando nesta semana sobre os veículos ou as pessoas que falam do "vírus Wuhan" ou "vírus chinês", um porta-voz da diplomacia chinesa reclamou, classificando a expressão como "altamente irresponsável".

"Nos opomos firmemente a isso", declarou. "Ao chamá-lo de 'vírus da China' e, portanto, sugerindo sua origem sem nenhum dado ou evidência como suporte, alguns meios de comunicação claramente querem que a China assuma a responsabilidade e seus motivos ocultos são expostos. A epidemia é um desafio global", declarou o porta-voz.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que não se chegou a uma conclusão definitiva sobre a origem do vírus, chamado oficialmente de SARS-CoV-2.

 

"Deveríamos nos concentrar nas formas de contê-lo e não em usar palavras que estigmatizem certos lugares", acrescentou.

Segundo o porta-voz, essas iniciativas apontam para que "a China assuma a responsabilidade" pela epidemia, quando se trata de "um desafio mundial".

Os casos do COVID-19 foram relatados pela primeira vez, e inicialmente mantidos em sigilo pelas autoridades, no final de dezembro em Wuhan, onde os cientistas acreditam que o vírus foi transmitido aos seres humanos em um mercado que vendia animais exóticos para consumo.

Pompeo rejeitou declarações de autoridades chinesas de que o vírus pode ter se originado em outros lugares e disse que era "incrivelmente frustrante" que Pequim não tenha compartilhado mais informações.

A Organização Mundial da Saúde, em diretrizes divulgadas em fevereiro aos governos e à mídia, alertou que termos como o "vírus Wuhan" podem estigmatizar pessoas de origem chinesa e também desencorajar as pessoas a serem testadas.

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