Dificilmente foi a proposta salarial que atraiu Henry M. Paulson ao cargo de secretário do Tesouro Americano. De acordo com o jornal The New York Times, o executivo abriu mão de um salário de 38 milhões de dólares, que recebia anualmente como presidente do conselho de administração  do grupo Goldman Sachs. No governo, ele vai receber apenas 183 500 dólares - pouco mais do que um executivo júnior em um banco.

"Não que isso tenha importância", diz a reportagem do jornal americano. Isso porque, ao longo de seus 32 anos de carreira no Goldman Sachs, Paulson acumulou 700 milhões de dólares em participação acionária da instituição.

Em função das regras de ética governamental, o novo secretário do Tesouro provavelmente terá de abrir mão da autoridade sobre sua fortuna. Não quer dizer que ele perca o dinheiro - apenas que não poderá acessá-lo enquanto estiver no governo.

Ainda assim, o fato de Paulson ter participação no Goldman Sachs e ao mesmo tempo ser o secretário do Tesouro pode representar um caso de conflito de interesse. Segundo o The New York Times, historicamente, executivos do setor financeiro que são convidados para atuarem no governo costumam se desligar das instituições onde trabalhavam.