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Saeb Erekat, 20 anos à frente da negociação de paz palestina

Diplomata palestino teve um papel relevante nos acordos de Oslo e participou em 1993 do primeiro processo de paz com os israelenses

Chefe das negociações palestino Saeb Erekat sorri para John Kerry em Ramallah, na Cisjordânia (Mandel Ngan/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2013 às 23h18.

Redação Central - O negociador palestino que vai participar do primeiro encontro depois de três anos de diálogo interrompido entre Palestina e Israel é um homem experiente:  teve um papel relevante nos acordos de Oslo e participou em 1993 do primeiro processo de paz com os israelenses teve um papel relevante nos acordos de Oslo e participou em 1993 do primeiro processo de paz com os israelenses, que deu vida à autonomia palestina em Gaza e Jericó.

Sua carreira como negociador começou na Conferência de Paz de Madri (1991). Em 1994 o então presidente palestino Yasser Arafat o nomeou ministro de Administração Local no primeiro governo provisório palestino.

Formado nos Estados Unidos e Inglaterra em Estudos da Paz, campo de pesquisa também no doutorado, Erekat foi o negociador-chefe e encarregado de preparar as primeiras eleições palestinas de janeiro de 1996.

E esteve desde então, única exceção em alguns meses em 2003, à frente das negociações com Israel, onde é respeitado na esquerda como um negociador sério e detalhista, embora também duro. Já a direita o trata com desconfiança por causa das declarações a favor de um estado binacional que elimine o caráter judeu de Israel.

Logo após explodir a segunda Intifada, em 2000, as negociações se estagnaram e Erekat liderou nos anos seguintes diferentes iniciativas para reativá-las. Em abril de 2003 foi nomeado ministro para as Negociações com Israel após a remodelação ministerial feita por Arafat e que incluía como novidade a nomeação de Mahmoud Abbas como primeiro- ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Em maio do mesmo ano o negociador se demitiu por não fazer parte da delegação palestina que se reuniria com o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon. E em novembro voltou ao cargo depois de uma crise na ANP.

O acordo de abertura da passagem de Rafah, em novembro de 2005, foi assinado sob sua gestão. A região, fronteira com o Egito, permitiu que os palestinos controlassem pela primeira vez uma fronteira exterior.

Dois anos mais tarde, em novembro de 2007, Erekat participou da conferência de paz celebrada em Anapolis, nos Estados Unidos, sob a mediação do então presidente George Bush, que fracassou ao não conseguir um acordo sobre as fronteiras dos dois Estados e provocou o início da operação israelense Chumbo Fundido em Gaza.

A chegada do democrata Barack Obama à Casa Branca em 2009 criou um novo clima para negociação, e em setembro de 2010 começaram em Washington negociações diretas entre Israel e a ANP, mas que duraram somente três semanas.

Erekat renunciou mais uma vez ao cargo de negociador em 12 de fevereiro de 2011 devido ao vazamento à emissora "Al Jazeera" e ao jornal britânico "Guardian" de documentos confidenciais sobre as negociações com Israel na década passada.

Apesar disso seguiu atuando como representante oficial palestino perante Israel, e em 2012 novamente tentou reativar o processo ao entregar uma carta de Abbas a Netanyahu com condições prévias para nova rodada de negociações.

Casado e pai de quatro filhos, Saeb Erekat conquistou nas duas últimas décadas reputação e prestígio mundial como negociador e diplomata da Palestina, contando com a confiança dos Estados Unidos e da União Européia como interlocutor no conflito.

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Redação Central - O negociador palestino que vai participar do primeiro encontro depois de três anos de diálogo interrompido entre Palestina e Israel é um homem experiente:  teve um papel relevante nos acordos de Oslo e participou em 1993 do primeiro processo de paz com os israelenses teve um papel relevante nos acordos de Oslo e participou em 1993 do primeiro processo de paz com os israelenses, que deu vida à autonomia palestina em Gaza e Jericó.

Sua carreira como negociador começou na Conferência de Paz de Madri (1991). Em 1994 o então presidente palestino Yasser Arafat o nomeou ministro de Administração Local no primeiro governo provisório palestino.

Formado nos Estados Unidos e Inglaterra em Estudos da Paz, campo de pesquisa também no doutorado, Erekat foi o negociador-chefe e encarregado de preparar as primeiras eleições palestinas de janeiro de 1996.

E esteve desde então, única exceção em alguns meses em 2003, à frente das negociações com Israel, onde é respeitado na esquerda como um negociador sério e detalhista, embora também duro. Já a direita o trata com desconfiança por causa das declarações a favor de um estado binacional que elimine o caráter judeu de Israel.

Logo após explodir a segunda Intifada, em 2000, as negociações se estagnaram e Erekat liderou nos anos seguintes diferentes iniciativas para reativá-las. Em abril de 2003 foi nomeado ministro para as Negociações com Israel após a remodelação ministerial feita por Arafat e que incluía como novidade a nomeação de Mahmoud Abbas como primeiro- ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Em maio do mesmo ano o negociador se demitiu por não fazer parte da delegação palestina que se reuniria com o primeiro-ministro israelense Ariel Sharon. E em novembro voltou ao cargo depois de uma crise na ANP.

O acordo de abertura da passagem de Rafah, em novembro de 2005, foi assinado sob sua gestão. A região, fronteira com o Egito, permitiu que os palestinos controlassem pela primeira vez uma fronteira exterior.

Dois anos mais tarde, em novembro de 2007, Erekat participou da conferência de paz celebrada em Anapolis, nos Estados Unidos, sob a mediação do então presidente George Bush, que fracassou ao não conseguir um acordo sobre as fronteiras dos dois Estados e provocou o início da operação israelense Chumbo Fundido em Gaza.

A chegada do democrata Barack Obama à Casa Branca em 2009 criou um novo clima para negociação, e em setembro de 2010 começaram em Washington negociações diretas entre Israel e a ANP, mas que duraram somente três semanas.

Erekat renunciou mais uma vez ao cargo de negociador em 12 de fevereiro de 2011 devido ao vazamento à emissora "Al Jazeera" e ao jornal britânico "Guardian" de documentos confidenciais sobre as negociações com Israel na década passada.

Apesar disso seguiu atuando como representante oficial palestino perante Israel, e em 2012 novamente tentou reativar o processo ao entregar uma carta de Abbas a Netanyahu com condições prévias para nova rodada de negociações.

Casado e pai de quatro filhos, Saeb Erekat conquistou nas duas últimas décadas reputação e prestígio mundial como negociador e diplomata da Palestina, contando com a confiança dos Estados Unidos e da União Européia como interlocutor no conflito.

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