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Rússia diz ter provas de que Ucrânia derrubou avião da Malaysia Airlines

As investigações indicam que o avião foi derrubado no espaço aéreo da Ucrânia, mas em um setor controlado por separatistas pró-russos

Malaysia Airlines: mais de 280 pessoas morreram no voo MH17 em 2014 (Reuters/ Prisca Bigot/Reuters)

Malaysia Airlines: mais de 280 pessoas morreram no voo MH17 em 2014 (Reuters/ Prisca Bigot/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de setembro de 2018 às 11h09.

Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 11h10.

Moscou - A Rússia afirmou nesta segunda-feira ter provas que apontam para a Ucrânia como responsável pelo desaparecimento e possível queda do avião que realizava o voo MH17 da Malaysia Airlines, em 2014, e que matou todos os 298 ocupantes.

De acordo com as investigações internacionais, o avião foi derrubado enquanto sobrevoava o espaço aéreo da Ucrânia, mas em um setor controlado por separatistas pró-russos.

"Temos gravações das conversas telefônicas de militares ucranianos feitas em 2016 e a análise corrobora as conclusões sobre o envolvimento direto da parte ucraniana na queda do Boeing malaio", declarou em pronunciamento para a imprensa o porta-voz do Ministério da Defesa russo, o general Igor Konashenkov.

Konashenkov acrescentou que Kiev é responsável não somente pela tragédia com o avião malaio, mas também pela "manipulação da investigação internacional".

A Equipe Conjunta de Investigação (JIT, em inglês), formada depois do desastre, confirmou previamente que o sistema de mísseis antiaéreos que derrubou o avião malaio pertencia a uma unidade militar russa, que o transferiu desde Kursk (Rússia) até Donetsk (Ucrânia) um mês antes do ataque.

Segundo os militares russos, o míssil com o qual a aeronave foi derrubada quando sobrevoava o território da Ucrânia foi entregue a esse país em 1986 e em 2014 esteve a serviço da unidade ucraniana número 223 que participava da operação contra as milícias pró-russas no leste do país.

"Desde 2014 (o destacamento) participou de várias ocasiões na chamada operação antiterrorista nas províncias de Donetsk e Lugansk", afirmou Konashenkov.

Além disso, de acordo com os novos dados apresentados pela Defesa russa, o vídeo sobre o suposto deslocamento do míssil é "uma montagem criada a partir de uma foto".

Konashenkov expressou a confiança de que os investigadores internacionais levarão em consideração as provas apresentadas hoje pela Rússia e "não duvidarão de sua autenticidade".

"Uma coisa é se basear em vídeos tirados da internet e outra, em documentos concretos como expusemos hoje", asseverou.

Por sua vez, Nikolai Parshin, chefe do departamento de Artilharia e Mísseis do Ministério de Defesa, afirmou que após a queda da URSS, o míssil levado à Ucrânia "nunca voltou ao território da Rússia" e ficou em poder do Exército ucraniano.

Toda a informação sobre o envolvimento da Ucrânia na queda do avião será em breve publicada no site do Ministério de Defesa da Rússia, prometeram os militares russos.

Um total de 298 passageiros e tripulantes, entre eles 196 holandeses, viajavam no voo da Malaysia Airlines entre Amsterdã e Kuala Lumpur quando este foi derrubado por um míssil terra-ar disparado desde uma zona do leste de Ucrânia controlada pelas milícias pró-russas.

Horas depois da tragédia, ocorrida em 17 de julho de 2014, Holanda e Austrália acusaram a Rússia de estar envolvida no acidente, algo que Moscou rejeitou categoricamente.

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