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Rússia considera possível um conflito nuclear entre Coreias

"É uma ameaça absolutamente real. Agora o importante é retomar alguma espécie de diálogo", disse nesta sexta-feira embaixador russo

Conflito nuclear: "Os norte-coreanos evitam todo tipo de negociação e isso é o que nos preocupa mais" (REUTERS/Kim Hong-Ji)
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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2016 às 14h29.

Moscou - A Rússia considera "absolutamente real" a ameaça de um possível conflito nuclear na península da Coreia devido aos recentes testes com mísseis efetuados por Pyongyang.

"É uma ameaça absolutamente real. Agora o importante é retomar alguma espécie de diálogo", disse nesta sexta-feira Vladimir Voronkov, embaixador russo na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), à agência "Interfax".

O diplomata russo acredita que a prioridade devem ser as negociações de seis lados - China, Estados Unidos, Japão, Rússia e as duas Coreias -, atualmente estagnadas.

"Os norte-coreanos evitam todo tipo de negociação e isso é o que nos preocupa mais, já que assim se tornam imprevisíveis. Devido a seu caráter imprevisível pode ocorrer qualquer coisa", declarou Voronkov, cujo país condenou firmemente a atitude desafiante de Pyongyang.

Na mesma linha, o embaixador norte-coreano em Moscou, Kim Hyong Jun, advertiu hoje em declarações à "Interfax" que "a situação na península coreana se aproxima de um ponto em que pode ocorrer um conflito com o emprego de armas nucleares".

"O motivo é a chantagem nuclear e as ameaças e sanções por parte dos EUA, além das manobras conjuntas entre os americanos e a Coreia do Sul", afirmou.

O embaixador norte-coreano considera que as atuais manobras "Key Resolve" e "Foal Eagle 16" encenam uma operação de eliminação dos dirigentes norte-coreanos e um ataque contra alvos estratégicos do regime stalinista.

"Os EUA devem renunciar à chantagem nuclear, às manobras militares e à política de pressão e sanções. Então, todos os problemas, inclusive a estabilidade da península coreana, ficarão resolvidos", ponderou.

Jun ressaltou que a Coreia do Norte alcançou importantes avanços no desenvolvimento de seu arsenal nuclear, cujo objetivo é "fazer frente à ameaça nuclear dos EUA não só em terra, mas no ar e no mar".

"O direito a um ataque preventivo não é monopólio dos EUA. É completamente justo enfrentar os EUA com armas nucleares, já que eles nos ameaçam justamente com armamento nuclear", disse.

Recentemente, a Coreia do Norte disparou um míssil antiaéreo de curto alcance ao mar do Japão, o sexto lançamento deste tipo no último mês.

Isto ocorreu logo depois da cúpula trilateral na qual EUA, Coreia do Sul e Japão coordenaram suas posturas "contra as provocações da Coreia do Norte", segundo explicou então o presidente americano, Barack Obama.

A ameaça nuclear da Coreia do Norte é um dos principais assuntos abordados na Cúpula de Segurança Nuclear em Washington, da qual não participa a Rússia, que se mostrou contrária a que o regime de Kim Jong-un alcance o status nuclear.

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Moscou - A Rússia considera "absolutamente real" a ameaça de um possível conflito nuclear na península da Coreia devido aos recentes testes com mísseis efetuados por Pyongyang.

"É uma ameaça absolutamente real. Agora o importante é retomar alguma espécie de diálogo", disse nesta sexta-feira Vladimir Voronkov, embaixador russo na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), à agência "Interfax".

O diplomata russo acredita que a prioridade devem ser as negociações de seis lados - China, Estados Unidos, Japão, Rússia e as duas Coreias -, atualmente estagnadas.

"Os norte-coreanos evitam todo tipo de negociação e isso é o que nos preocupa mais, já que assim se tornam imprevisíveis. Devido a seu caráter imprevisível pode ocorrer qualquer coisa", declarou Voronkov, cujo país condenou firmemente a atitude desafiante de Pyongyang.

Na mesma linha, o embaixador norte-coreano em Moscou, Kim Hyong Jun, advertiu hoje em declarações à "Interfax" que "a situação na península coreana se aproxima de um ponto em que pode ocorrer um conflito com o emprego de armas nucleares".

"O motivo é a chantagem nuclear e as ameaças e sanções por parte dos EUA, além das manobras conjuntas entre os americanos e a Coreia do Sul", afirmou.

O embaixador norte-coreano considera que as atuais manobras "Key Resolve" e "Foal Eagle 16" encenam uma operação de eliminação dos dirigentes norte-coreanos e um ataque contra alvos estratégicos do regime stalinista.

"Os EUA devem renunciar à chantagem nuclear, às manobras militares e à política de pressão e sanções. Então, todos os problemas, inclusive a estabilidade da península coreana, ficarão resolvidos", ponderou.

Jun ressaltou que a Coreia do Norte alcançou importantes avanços no desenvolvimento de seu arsenal nuclear, cujo objetivo é "fazer frente à ameaça nuclear dos EUA não só em terra, mas no ar e no mar".

"O direito a um ataque preventivo não é monopólio dos EUA. É completamente justo enfrentar os EUA com armas nucleares, já que eles nos ameaçam justamente com armamento nuclear", disse.

Recentemente, a Coreia do Norte disparou um míssil antiaéreo de curto alcance ao mar do Japão, o sexto lançamento deste tipo no último mês.

Isto ocorreu logo depois da cúpula trilateral na qual EUA, Coreia do Sul e Japão coordenaram suas posturas "contra as provocações da Coreia do Norte", segundo explicou então o presidente americano, Barack Obama.

A ameaça nuclear da Coreia do Norte é um dos principais assuntos abordados na Cúpula de Segurança Nuclear em Washington, da qual não participa a Rússia, que se mostrou contrária a que o regime de Kim Jong-un alcance o status nuclear.

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