Reunião da Otan: Biden e líderes do G7 vão anunciar investimento militar de longo prazo para Ucrânia
O segundo e último dia da reunião de cúpula da Otan em Vilnius, capital da Lituânia, conta com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, como convidado
Agência de notícias
Publicado em 12 de julho de 2023 às 07h05.
Última atualização em 12 de julho de 2023 às 07h35.
Os países do G7 oferecerão nesta quarta-feira, 12, um plano com compromissos de longo prazo para investimento militar na Ucrânia, que na terça-feira teve suas esperanças de obter um calendário definido para a adesão àOtanfrustradas.
O segundo e último dia da reunião de cúpula da Otan em Vilnius, capital da Lituânia, conta com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, como convidado. Na terça-feira, ele criticou duramente a aliança militar por não definir os prazos de adesão.
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A Otan prometeu que convidará a Ucrania a entrar para a aliança quando todos os aliados estiverem de acordo e "as condições forem cumpridas”, sem oferecer um cronograma detalhado para concretizar o objetivo.
Ao chegar à sede da reunião da aliança militar nesta quarta-feira, Zelensky declarou que deseja estar "na mesma página" que a Otan sobre as condições de adesão. "Vamos conversar durante o dia e lutaremos pelas garantias de segurança para a Ucrânia", disse.
Quase ao mesmo tempo, a conselheira da Casa Branca para Assuntos Europeus, Amanda Sloat, afirmou que os compromissos de longo prazo representam um sinal direto para a Rússia. "Esta declaração multilateral enviará um sinal importante à Rússia de que o tempo não joga a seu favor", afirmou.
O G7 anunciará como ajudará a Ucrânia a derrotar a Rússia e a impedir um novo ataque nos próximos anos. A ideia é mostrar a Moscou que deve abandonar a ilusão de uma eventual redução no apoio a Kiev.
O anúncio do grupo (formado por Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos) deve proporcionar uma estrutura sob a qual cada país adotará, posteriormente, acordos bilaterais com a Ucrânia para definir as armas que serão entregues.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um modelo para a Ucrânia similar ao que seu país mantém com Israel, que inclui o compromisso de 3,8 bilhões de dólares em ajuda militar durante uma década.
Em coincidência com a reunião de cúpula, as tropas russas executaram pela segunda noite consecutiva um ataque com drones contra Kiev e sua região, anunciou o comandante da administração militar da capital ucraniana nesta quarta-feira.
"Todos os drones explosivos Shahed, de fabricação iraniana, foram detectados destruídos", afirmou Sergiy Popko no Telegram. "Não há informações sobre vítimas e danos no momento".
Bilhões de dólares já foram enviados à Ucrânia
Os países ocidentais já enviaram armas avaliadas em dezenas de bilhões de dólares à Ucrânia para ajudar o país a lutar contra a invasão russa.
O governo da Alemanha anunciou na terça-feira que fornecerá mais tanques, sistemas de defesa antimísseis Patriot e veículos blindados avaliados em mais 700 milhões de euros.
A França revelou o envio de mísseis de longo alcance do tipo SCALP e uma coalizão de 11 nações informou que começará a treinar pilotos ucranianos em caças F-16 a partir de agosto.
As promessas, no entanto, não atendem a aspiração de Zelensky de ver a Ucrânia sob o guarda-chuva de proteção da defesa coletiva da Otan.
No primeiro dia da reunião em Vilnius, os líderes da organização destacaram que o "futuro da Ucrânia está na Otan" e encurtaram o processo de adesão de Kiev à aliança.
Porém, um comunicado divulgado pela organização frustrou as expectativas de Zelensky: "Apresentaremos um convite para que a Ucrânia se junte à Otan quando os aliados estiverem de acordo e as condições forem cumpridas".
Antes de viajar à Lituânia, Zelensky criticou duramente a aliança, ao afirmar que não oferecer à Ucrânia um prazo para a adesão era "absurdo". "A incerteza é uma fraqueza", acusou.
Como parte da tentativa de convencer Zelensky de que Kiev está se aproximando da aliança, a Otan organizou em Vilnius a primeira reunião do conselho Ucrânia-Otan.
O conselho oferece ao presidente ucraniano um diálogo direto nas discussões com a aliança, mas ainda está longe de significar que o país já pertence ao clube.