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Rebeldes curdos do PKK iniciam retirada da Turquia

Os rebeldes irão para o norte do Iraque

Curdo exibe a bandeira do PKK durante o ano novo persa em 17 de março em Istambul
 (Ozan Kose/AFP)

Curdo exibe a bandeira do PKK durante o ano novo persa em 17 de março em Istambul (Ozan Kose/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 13h53.

Ancara - Os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) iniciaram sua anunciada retirada da Turquia em direção ao norte do Iraque, uma operação delicada dentro do processo de paz para colocar fim a 30 anos de conflito.

"Sabemos que o movimento (de retirada) dos combatentes começou", afirmou nesta quarta-feira à AFP Selahattin Demirtas, co-presidente da principal formação pró-curda da turquia, o Partido pela Paz e a Democracia (BDP).

Demirtas, no entanto, não pôde esclarecer se a retirada começou nesta quarta-feira ou antes. Muitos observadores acreditam que a retirada dos combatentes começou antes.

"Os combatentes sem dúvida aproveitam a noite para recuar" em direção às bases do PKK no Curdistão iraquiano, acrescentou o deputado curdo.

A ala militar do movimento PKK, o HPG, confirmou na terça-feira que sua retirada começaria nesta quarta-feira, como foi anunciado, e advertiu a Turquia para que não faça nenhuma provocação que possa colocar em perigo a operação.

"Nossos combatentes atuarão para começar o processo de retirada a partir de 8 de maio", ressaltou o HPG em um comunicado.

O movimento convocou as autoridades turcas a evitar ações que comprometam a retirada e disse que os movimentos de tropas turcas armadas no sudeste da Anatolia, a região onde o PKK opera, "preparam o terreno para provocações e confrontos".

Apesar disso, os primeiros grupos de rebeldes podem chegar "no período de uma semana" as suas bases do norte do Iraque, ressalta o texto.


O PKK acrescentou que permanecerá fiel ao seu compromisso de se retirar do solo turco se não for atacado pelas forças turcas.

Demirtas disse, por sua vez, que teme a intervenção de "forças obscuras" durante a retirada.

"Não esperamos um ataque do exército, mas das forças obscuras, dos paramilitares, que não estão sob o controle das forças governamentais e que podem tentar sabotar a operação", disse.

No passado, o exército turco havia aproveitado as tréguas unilaterais do PKK para causar grandes perdas em suas tropas.

Mas desta vez tudo indica que não será o caso, já que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, se comprometeu pessoalmente com isso.

O número de rebeldes curdos na Turquia é estimado em 2.000, aos quais se somam outros 2.500 nas retaguardas do movimento no Iraque.

A retirada significaria a segunda fase concreta do processo de paz iniciado entre o PKK e Ancara.

O chefe do PKK, Abdullah Ocalan, preso, fez o primeiro gesto e no dia 21 de março pediu as suas tropas um cessar fogo e que se retirassem, o resultado de negociações de paz levadas adiante desde o fim do ano passado com as autoridades turcas.

O número dois do PKK, Murat Karayilan, anunciou posteriormente, no dia 25 de abril, que a retirada teria início no dia 8 de maio.

Desde então, não há informações sobre nenhum combate entre o PKK e o exército.

*Matéria atualizada às 13h53

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