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Putin quer laços com os EUA baseados em igualdade e respeito

Presidente russo expôs seus termos básicos para uma melhoria dos laços após receber a credencial do novo embaixador dos EUA para a Rússia, John Tefft


	O presidente da Rússia, Vladimir Putin: "já estamos prontos para uma cooperação prática em várias áreas com nossos parceiros norte-americanos"
 (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin: "já estamos prontos para uma cooperação prática em várias áreas com nossos parceiros norte-americanos" (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2014 às 12h46.

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira estar disposto a cooperar com os Estados Unidos, desde que sejam cumpridas as condições de respeito aos interesses mútuos e de não interferência em assuntos internos de cada país.

Putin, um ávido crítico ao modo como Washington tem lidado com a crise na Ucrânia, o que tem tensionado a relação entre os dois países, expôs seus termos básicos para uma melhoria dos laços após receber a credencial do novo embaixador dos EUA para a Rússia, John Tefft.

Putin e Tefft ficaram brevemente lado a lado, ao posar para os fotógrafos, mas pouco disseram um ao outro na cerimônia realizada no Kremlin, onde vários outros embaixadores também entregaram suas credenciais ao presidente.

"Já estamos prontos para uma cooperação prática em várias áreas com nossos parceiros norte-americanos, baseada no princípio do respeito aos interesses um do outro, direitos iguais e a não interferência em assuntos internos", disse Putin antes do final da cerimônia.

"Estamos trabalhando com o pressuposto de que a Rússia e os Estados Unidos carregam a mesma responsabilidade de garantir a segurança e estabilidade internacionais, e de contrapor-se aos desafios e ameaças globais", acrescentou.

As observações de Putin ecoaram comentários feitos anteriormente por ele sobre as relações com Washington, nos quais ele acusou os EUA de tentarem dominar as principais questões mundiais e de impedirem o aumento da influência mundial da Rússia.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções contra a Rússia por causa de suas postura em relação à Ucrânia, onde separatistas se insurgiram contra as forças do governo no leste.

O presidente dos EUA, Barack Obama, alertou no domingo que a Rússia permaneceria isolada pela comunidade internacional caso Putin continue a violar a lei internacional na Ucrânia. Putin rechaça as críticas e culpa o Ocidente pela crise.

Moscou aprovou a indicação de Tefft, mesmo que autoridades russas tenham dito privadamente que ele não é inteiramente bem-visto.

Tefft era o embaixador dos EUA para a Geórgia durante o confronto com a Rússia em 2008 e foi representante dos EUA na Ucrânia por quase quatro anos, até julho do ano passado. Ele foi vice-chefe da missão em Moscou na segunda metade dos anos 1990. O embaixador anterior, Michael McFaul, deixou a Rússia em fevereiro, após dois anos marcados por controvérsia e tensão. (Reportagem de Gabriela Baczynska)

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