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Protestos se espalham contra "eleições falsas" na Venezuela

O presidente Nicolás Maduro diz que está enfrentando uma "insurreição armada" e que a assembleia constituinte é o caminho para restaurar a paz no país

Venezuela: o país tem sido atormentado por conflitos desde o início de abril (Carlos Barria/Reuters)

Venezuela: o país tem sido atormentado por conflitos desde o início de abril (Carlos Barria/Reuters)

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Reuters

Publicado em 24 de maio de 2017 às 15h46.

Caracas - Venezuelanos fizeram barricadas em ruas de Caracas e a oposição se equipou para mais um protesto nesta quarta-feira com o anúncio de duas datas de eleições fracassando em apaziguar os ânimos contra o presidente Nicolás Maduro e uma economia em parafuso.

Após quase dois meses de protestos pedindo eleições presidenciais antecipadas, o conselho eleitoral pró-governo afirmou na terça-feira que eleições para uma controversa "assembleia constituinte" seriam realizadas em julho e as adiadas eleições estaduais em dezembro.

Inimigos de Maduro responderam que era uma farsa concebida para confundir os venezuelanos, promover disputas por estratégia entre a oposição e permitir que o impopular governo de esquerda evite eleições livres e justas que provavelmente perderia.

Parlamentares da oposição afirmam que a assembleia constituinte, cujos 540 membros serão eleitos a nível municipal e por grupos comunitários como trabalhadores, serão preenchidos como marionetes que irão meramente obedecer às ordens de Maduro para reescrever a Constituição.

"Uma vez instalada, esta assembleia constituinte irá eliminar governadores, prefeitos e a Assembleia Nacional", disse o parlamentar oposicionista Tomas Guanipa.

"Houve uma ruptura na ordem constitucional da Venezuela, e as ruas são nossa maneira de salvá-la", acrescentou.

O país sul-americano tem sido atormentado por conflitos desde o início de abril, com pelo menos 55 pessoas mortas com os protestos e a irritação fervendo por conta da crise econômica.

A Venezuela tem sofrido com uma inflação de três dígitos, um quarto ano de recessão, longas filas nas lojas e escassez generalizada de alimentos básicos e medicamentos.

Maduro diz que está enfrentando uma "insurreição armada" e que a assembleia constituinte, um super corpo que substituirá todos os outros poderes públicos, é o caminho para restaurar a paz na Venezuela.

Simpatizantes da oposição planejam marchar até o Conselho Eleitoral na quarta-feira, embora a manifestação provavelmente seja bloqueada por soldados da Guarda Nacional.

Nas últimas semanas, tropas e policiais vêm enfrentado jovens mascarados atirando pedras e coquetéis Molotov.

A Assembleia Nacional, liderada pela oposição, quer um referendo pedindo aos venezuelanos que aprovem o plano de assembleia constituinte de Maduro.

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