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Milhares de chilenos se manifestam pelo 7º dia seguido; veja fotos

Piñera anunciou o fim do toque de recolher que durou cinco dias em várias regiões do país; manifestantes criticam as medidas econômicas do governo

Chile: 18 pessoas morreram durante as manifestações (Claudio Santana/Getty Images)

Chile: 18 pessoas morreram durante as manifestações (Claudio Santana/Getty Images)

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EFE

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 13h36.

Última atualização em 24 de outubro de 2019 às 15h55.

Santiago — Milhares de pessoas se concentraram nesta quinta-feira na Praça Itália, no centro de Santiago, para expressar rejeição ao governo do presidente Sebastián Piñera pelo sétimo dia consecutivo, em meio a distúrbios que já deixaram 18 mortos.

Os manifestantes começaram a chegar à região - epicentro dos protestos na capital - de forma independente ao longo da manhã. Com o passar das horas, a multidão foi se aglomerando em um ambiente até então festivo e com a escassa presença das forças da ordem.

Nem os militares, que estão mobilizados em muitas cidades sob estado de emergência, nem os Carabineiros entraram em ação por causa de distúrbios até o momento.

Os manifestantes bateram panelas para mostrar descontentamento ao governo, como tem ocorrido desde a sexta-feira em todo o Chile, sobretudo quando começam a reger os diversos toques de recolher noturnos, que nos últimos cinco dias limitaram as liberdades de movimento dos cidadãos.

Além das pessoas que chegaram à praça na capital, vários grupos sindicais e sociais aderiram à segunda jornada de greve geral convocada pela Central Unitária de Trabalhadores (CUT).

Os manifestantes levaram cartazes pedindo a renúncia do presidente e expressaram desacordo em relação às medidas que Piñera apresentou há dois dias para diminuir o clamor popular que tomou as cidades do país, como o aumento do salário mínimo, melhoras na previdência e a redução do preço da luz.

"O Chile acordou" é o grito que mais representa nos últimos dias os protestos iniciados em oposição ao aumento do preço da passagem do metrô de Santiago, que já foi suspenso, mas que foi o estopim para a insatisfação popular diante da desigualdade social.

O ambiente festivo da manifestação, que dividia espaço com algumas pessoas que jogavam futebol na praça, se repete pelo segundo dia seguido. Na quarta-feira, cerca de 100 mil pessoas se amontoaram no local em um protesto majoritariamente pacífico no primeiro dia de greve.

A mobilização também ocorreu em outras cidades, como Valparaíso, onde dezenas de transportadoras chegaram com os caminhões em caravana para estacioná-los em frente ao Congresso na cidade portuária e buzinar em sinal de protesto.

Em Concepción, ao sul do Chile, era possível ver a mesma atmosfera livre de violência, assim como em várias localidades do país.

Nesta quinta, o presidente Sebastián Piñera anunciou um plano para acabar com o toque de recolher aplicado por cinco dias consecutivos em várias regiões do país desde que uma crise social teve início na semana passada.

“Estamos trabalhando em um plano para normalizar a vida do nosso país (…) para poder terminar com o toque de recolher e, com sorte, também poderemos suspender o estado de emergência”, disse o presidente em uma mensagem à imprensa.

O estado de emergência foi decretado no sábado, após um violento dia de protestos na sexta-feira pelo aumento de quase 4 centavos no bilhete do metrô. Depois, a pauta dos manifestantes incluiu outras demandas sociais, com saques em supermercados e empresas, além de queima de várias estações de metrô.

A Justiça publicou um balanço das audiências de controle de detenção, onde mostra o aumento em nível nacional para 3.162, com 5.397 acusados desde a última sexta.

Ele também afirmou que foram consideradas ilegais as prisões de 425 acusados, 7,85% do total no Chile. Além disso, 289 pedidos de prisão preventiva já foram protocolados, dos quais 245 foram concedidos.

Acompanhe tudo sobre:ChileEXAME-no-InstagramProtestos no mundoSantiago (Chile)

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