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Princesas dos Emirados são condenadas na Bélgica por escravidão

A xeque Hamda Al-Nahyan e sete de suas filhas, da família Real nos Emirados Árabes, foram declaradas culpadas de tráfico de pessoas e maus-tratos

Emirados Árabes: entre 2007 e 2008, as denunciadas empregaram 23 mulheres em condição de quase escravidão em hotel (Andrew Redington/Getty Images)
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AFP

Publicado em 23 de junho de 2017 às 22h19.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 22h48.

Um tribunal belga condenou oito mulheres do círculo familiar do xeque de Abu Dhabi, nesta sexta-feira (23), por maus-tratos de cerca de 20 funcionárias de um hotel de luxo em Bruxelas - informou a imprensa local.

A xeque Hamda Al-Nahyan e sete de suas filhas, todas pertencentes à família Real nos Emirados Árabes Unidos, foram condenadas a 15 meses de prisão com possibilidade de sursis e a pagar uma multa de 165.000 euros cada uma, relatou a agência de notícias Belga.

Todas elas foram declaradas culpadas de tráfico de pessoas e de tratamentos degradantes.

Entre 2007 e 2008, as denunciadas empregaram - em condição de quase escravidão - 23 mulheres no Hotel Conrad, na prestigiosa avenida Louise em Bruxelas, que então mudou de nome.

A família Real tinha à sua disposição um andar inteiro do hotel.

A maioria das criadas era de origem africana, sem visto de trabalho, ou de residência, e com salários miseráveis. Trabalhavam dia e noite e dormiam apenas algumas horas em colchões colocados na porta dos quartos das princesas, ou trancadas em um quarto.

"Estamos muito satisfeitos, porque o tribunal constatou que era uma espécie de escravidão moderna", declarou um dos advogados da parte civil, Jean-Pierre Jacques, enquanto o advogado da família Real, Stephen Monod, lamentou que a corte "tenha levado as declarações das vítimas ao pé da letra".

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