Presidente eleito Masoud Pezeshkian defende a união entre iranianos
Político prometeu reaproximação com o Ocidente, mas evitou tema em suas primeiras declarações
Agência de Notícias
Publicado em 6 de julho de 2024 às 09h32.
Última atualização em 6 de julho de 2024 às 10h23.
O presidente eleito do Irã, Masoud Pezeshkian, ofereceu neste sábado uma “mão de amizade a todos”, em uma mensagem de conciliação nacional após vencer as eleições presidenciais do país.
"Estenderemos a mão da amizade a todos. Todos são deste país. Devemos usar todos para o progresso do país. Eles são nossos irmãos", disse o político reformista à televisão estatal nas suas primeiras declarações após vencer as eleições presidenciais.
“Não tinha partido e nem apoio. Essas pessoas vieram com amor e ajudaram e eu agradeço”, acrescentou sobre seus seguidores.
O político não fez referência às suas políticas internacionais nestas primeiras declarações, depois de prometer uma reaproximação com o Ocidente e de tentar reanimar o moribundo acordo nuclear de 2015 durante a campanha eleitoral.
O cirurgião cardíaco de 69 anos, obteve 53,6% dos votos contra o ultraconservador Saeed Jalili com 44,3%, em uma eleição que teve participação de 49,9% com 30.573.931 votos, informou a Comissão Eleitoral iraniano.
Desta forma, o antigo ministro da Saúde e parlamentar tornou-se o nono presidente da história da República Islâmica do Irã e sucederá ao ultraconservador Ebrahim Raisi, falecido em um acidente de helicóptero em maio.
Quem é Masoud Pezeshkian
O presidente eleito do Irã era um político pouco conhecido no início da campanha, mas ganhou popularidade com uma mensagem de moderação, aproximação com o Ocidente e críticas ao véu.
Ele conseguiu unir o voto de descontentamento com as políticas de Raisi, sob cujo governo aumentou a repressão social e política, enquanto sua campanha alimentou o medo de Jalili, um ultraconservador com reputação de “intransigente”.
Pezeshkian se tornará o terceiro presidente reformista do país, um grupo político que busca alguma abertura do país, e o primeiro moderado a presidir o país desde 2021, quando Raisi venceu.
O momento do Irã
Ele chega à presidência do país em um momento de fortes tensões regionais devido à guerra em Gaza, mas também dentro do país devido a políticas como a imposição do véu e a falta de liberdades.
O presidente iraniano tem poder de decisão sobre questões nacionais e, em menor grau, sobre a política externa e de segurança, onde o líder supremo, Ali Khamenei, atua como chefe de Estado com vastos poderes.
A participação dos 61 milhões de iranianos chamados às urnas também esteve em jogo nas eleições e 49,8% do eleitorado votou, o que representa uma melhoria em comparação aos 39,9% no primeiro turno.
Esses 39,9% representaram o recorde de abstenção na história da República Islâmica do Irã, que sempre deu grande importância à participação como prova de apoio e legitimidade popular.