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Presidente da Coreia do Sul diz não se perdoar por crise política

Park Geun-hye sofre com um escândalo de tráfico de influência envolvendo uma amiga, que fez seu índice de aprovação despencar a 5%

Park Geun-hye: "É difícil me perdoar e dormir à noite com sentimentos de tristeza" (Baek Seung-ryeol/Yonhap/Reuters)

Park Geun-hye: "É difícil me perdoar e dormir à noite com sentimentos de tristeza" (Baek Seung-ryeol/Yonhap/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de novembro de 2016 às 09h05.

Seul - Arrependida e em lágrimas, a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse nesta sexta-feira que seu "coração está partido" por causa do escândalo político que atingiu seu governo, prometendo cooperar com os procuradores na investigação.

Park foi atingida por um escândalo de tráfico de influência envolvendo uma velha amiga, o que fez seu índice de aprovação despencar a 5 por cento, uma queda de 12 pontos percentuais em relação à semana passada e o mais baixo desde que tais pesquisas tiveram início em 1988, de acordo com um levantamento do instituto Gallup divulgado nesta sexta-feira.

Em um breve discurso televisionado aos jornalistas, Park disse que os procuradores deveriam esclarecer o que aconteceu e que todos os envolvidos deveriam ser responsabilizados, incluindo ela mesma, e enfrentar as consequências se forem considerados culpados.

"É difícil me perdoar e dormir à noite com sentimentos de tristeza", disse Park, de 64 anos, com voz trêmula.

Uma autoridade da procuradoria não quis falar à Reuters quando indagada se Park será interrogada pelos investigadores, o que seria inédito para um ocupante da presidência sul-coreana no exercício do cargo.

O líder do principal partido da oposição disse que o pedido de desculpas de Park não foi sincero.

"A presidente deveria retirar as mãos dos assuntos do Estado", afirmou Choo Mi-ae, líder do Partido Democrático da Coreia, em um comunicado, sem chegar a pedir a renúncia da mandatária.

Park está enfrentando uma pressão crescente do público e de adversários políticos para fazê-lo. Nenhum presidente sul-coreano deixou de completar seu mandato de cinco anos.

Um ex-assessor de Park, Jeong Ho-seong, foi preso no final de quinta-feira pela suspeita de vazar informações sigilosas, disse uma autoridade da procuradoria à Reuters, o segundo membro do antigo círculo íntimo de conselheiros de Park a ser preso nesta semana.

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