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Premiê grego enfrenta aliados e Justiça por fechar TV

Governo fechou repentinamente a ERT na semana passada, como parte das medidas de austeridade exigidas pela UE e o FMI

Cameraman olha para faixa pendurada na sede da emissora estatal grega ERT, no subúrbio de Agia Paraskevi, em Atenas (Yorgos Karahalis/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 10h25.

Atenas - O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, enfrentou nesta segunda-feira o desafio de aliados políticos furiosos com o fechamento da emissora estatal ERT e uma audiência judicial que pode obrigar à reativação do canal.

O governo fechou repentinamente a ERT na semana passada, como parte das medidas de austeridade exigidas pela UE e o FMI. A emissora nunca foi do agrado dos gregos, mas sua desativação causou indignação generalizada.

Divididos, os três partidos do governo rejeitaram qualquer acordo sobre o assunto, o que alimenta temores de dissolução da coalizão e convocação de uma nova eleição, com consequências políticas perturbadoras.

Ciente de que seus aliados podem sofrer duras derrotas eleitorais, o premiê conservador Antonis Samaras tem repetido em seus discursos que a ERT não voltará ao ar, e diz que isso é parte dos seus esforços para modernizar um país que ele descreve com um "Parque dos Dinossauros" de ineficiência e corrupção.

Samaras chegou a oferecer a retomada limitada das transmissões, mas seus aliados esquerdistas Pasok e Esquerda Democrática rejeitaram a proposta, temendo que ela acabe se revelando humilhante.

"Está claro nos últimos dias que qualquer aparência de lógica lidando com essa questão foi perdida", disse Costas Panagopoulos, diretor do instituto de pesquisas Alco. "É impossível dizer até onde eles irão, porque toda a lógica foi embora pela janela. Normalmente, você esperaria que eles não estivessem dispostos a jogar tudo para o alto por causa dessa decisão."

Ele estimou em 30 por cento a chance de que o país tenha eleições extraordinárias em meados do ano, apesar dos três partidos da coalizão insistirem que não desejam essa hipótese.

"Não queremos eleições antecipadas, queremos fazer nosso trabalho", disse à Reuters o deputado Makis Voridis, do partido Nova Democracia, de Samaras. "Prometemos reformas ao povo grego, e a ERT é um pequeno primeiro passo." Pesquisas divulgadas no fim de semana mostraram que a maioria dos gregos é contra o fechamento da ERT, não tanto pela decisão, e sim pelo seu caráter abrupto -- a tela do canal ficou repentinamente preta horas depois do anúncio do fechamento, cortando no meio as frases dos apresentadores.

Jornalistas entraram em greve, milhares de pessoas protestaram em frente à sede da ERT, e os 2.600 funcionários mantiveram suas transmissões pela internet, contrariando ordens da direção.

Na segunda-feira, a emissora "clandestina" mostrou um vídeo em que gregos comuns, inclusive crianças, contavam como se sentiram quando a ERT saiu do ar.

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Atenas - O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, enfrentou nesta segunda-feira o desafio de aliados políticos furiosos com o fechamento da emissora estatal ERT e uma audiência judicial que pode obrigar à reativação do canal.

O governo fechou repentinamente a ERT na semana passada, como parte das medidas de austeridade exigidas pela UE e o FMI. A emissora nunca foi do agrado dos gregos, mas sua desativação causou indignação generalizada.

Divididos, os três partidos do governo rejeitaram qualquer acordo sobre o assunto, o que alimenta temores de dissolução da coalizão e convocação de uma nova eleição, com consequências políticas perturbadoras.

Ciente de que seus aliados podem sofrer duras derrotas eleitorais, o premiê conservador Antonis Samaras tem repetido em seus discursos que a ERT não voltará ao ar, e diz que isso é parte dos seus esforços para modernizar um país que ele descreve com um "Parque dos Dinossauros" de ineficiência e corrupção.

Samaras chegou a oferecer a retomada limitada das transmissões, mas seus aliados esquerdistas Pasok e Esquerda Democrática rejeitaram a proposta, temendo que ela acabe se revelando humilhante.

"Está claro nos últimos dias que qualquer aparência de lógica lidando com essa questão foi perdida", disse Costas Panagopoulos, diretor do instituto de pesquisas Alco. "É impossível dizer até onde eles irão, porque toda a lógica foi embora pela janela. Normalmente, você esperaria que eles não estivessem dispostos a jogar tudo para o alto por causa dessa decisão."

Ele estimou em 30 por cento a chance de que o país tenha eleições extraordinárias em meados do ano, apesar dos três partidos da coalizão insistirem que não desejam essa hipótese.

"Não queremos eleições antecipadas, queremos fazer nosso trabalho", disse à Reuters o deputado Makis Voridis, do partido Nova Democracia, de Samaras. "Prometemos reformas ao povo grego, e a ERT é um pequeno primeiro passo." Pesquisas divulgadas no fim de semana mostraram que a maioria dos gregos é contra o fechamento da ERT, não tanto pela decisão, e sim pelo seu caráter abrupto -- a tela do canal ficou repentinamente preta horas depois do anúncio do fechamento, cortando no meio as frases dos apresentadores.

Jornalistas entraram em greve, milhares de pessoas protestaram em frente à sede da ERT, e os 2.600 funcionários mantiveram suas transmissões pela internet, contrariando ordens da direção.

Na segunda-feira, a emissora "clandestina" mostrou um vídeo em que gregos comuns, inclusive crianças, contavam como se sentiram quando a ERT saiu do ar.

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