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Polícia descarta suspeitas sobre morte de repórter delator dos grampos

Segundo divulgações, a saúde do repórter, de 47 anos, já não era boa

Jornais britânicos destacaram a morte do repórter que entregou o caso das escutas (Miguel Medina/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 14h11.

Londres - Os jornais britânicos abriram suas primeiras páginas desta terça-feira com a imagem de um homem nervoso fumando um cigarro: trata-se da foto de Sean Hoare, o ex-jornalista que delatou o caso das escutas ilegais do tabloide News of the World, encontrado morto na segunda-feira, em sua casa.

A polícia britânica, entretanto, apressou-se em declarar que sua morte não é considerada suspeita. O corpo do jornalista seria necropsiado nesta terça-feira.

No entanto, a coincidência é embaraçosa. Seu corpo foi descoberto na segunda-feira de manhã, em plena tormenta ocasionada pelo escândalo das escutas ilegais do principal jornal de Rupert Murdoch no país.

Segundo as informações divulgadas, o ex-repórter de 47 anos estava mal de saúde. Em 2005, foi demitido do News of The World (NotW) por problemas com álcool e as drogas. Nas fotos publicadas pela imprensa nesta terça, ele sempre é visto com um cigarro.

"Era um tipo muito simpático, sempre disposto a ajudar. Mas as drogas e o álcool causaram muitos danos e nós o vimos se afundar diante de nossos olhos", comentou um de seus colegas.

Sean Hoare, que cobria o mundo da indústria do entretenimento, era, segundo o Daily Telegraph, "o arquétipo do repórter do News of the World". Mas também acabou sendo um dos artífices do fechamento do jornal de Murdoch ao delatar o escândalo dos grampos.

A imprensa britânica recorda que Hoare foi o grande "acusador", que denunciou no ano passado que as escutas eram uma prática endêmica na redação do jornal.


"As pessoas tinham medo", explicou em uma entrevista à BBC em março. "Quando havia uma história, era preciso consegui-la de qualquer maneira. Essa é a cultura da News International", a divisão que agrupa os jornais britânicos da News Corp., o grupo de Rupert Murdoch.

Hoare, que trabalhou no Sun, outro tabloide do grupo, acusou Andy Coulson, seu redator-chefe no News of the World e depois chefe de comunicação do atual primeiro-ministro David Cameron.

O falecido repórter disse que Coulson estava "perfeitamente a par" do que se fazia no jornal. "Dizer o contrário é pura mentira", insistiu. Coulson, que se demitiu como chefe de comunicação de Cameron, negou as acusações.

Depois de suas declarações, Hoare foi interrogado pela polícia, mas se negou a fazer comentários, segundo os investigadores.

Há uma semana voltou a atacar, declarando ao New York Times que vários jornalistas pagaram à polícia para obter informações.

Um de seus vizinhos contou, sob anonimato, que o ex-repórter parecia estar cada vez pior nos últimos meses, e que dava sinais de sofrer de paranoia.

"Ele disse que tinha problemas, e que temia que fossem atrás dele", contou o vizinho.

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Londres - Os jornais britânicos abriram suas primeiras páginas desta terça-feira com a imagem de um homem nervoso fumando um cigarro: trata-se da foto de Sean Hoare, o ex-jornalista que delatou o caso das escutas ilegais do tabloide News of the World, encontrado morto na segunda-feira, em sua casa.

A polícia britânica, entretanto, apressou-se em declarar que sua morte não é considerada suspeita. O corpo do jornalista seria necropsiado nesta terça-feira.

No entanto, a coincidência é embaraçosa. Seu corpo foi descoberto na segunda-feira de manhã, em plena tormenta ocasionada pelo escândalo das escutas ilegais do principal jornal de Rupert Murdoch no país.

Segundo as informações divulgadas, o ex-repórter de 47 anos estava mal de saúde. Em 2005, foi demitido do News of The World (NotW) por problemas com álcool e as drogas. Nas fotos publicadas pela imprensa nesta terça, ele sempre é visto com um cigarro.

"Era um tipo muito simpático, sempre disposto a ajudar. Mas as drogas e o álcool causaram muitos danos e nós o vimos se afundar diante de nossos olhos", comentou um de seus colegas.

Sean Hoare, que cobria o mundo da indústria do entretenimento, era, segundo o Daily Telegraph, "o arquétipo do repórter do News of the World". Mas também acabou sendo um dos artífices do fechamento do jornal de Murdoch ao delatar o escândalo dos grampos.

A imprensa britânica recorda que Hoare foi o grande "acusador", que denunciou no ano passado que as escutas eram uma prática endêmica na redação do jornal.


"As pessoas tinham medo", explicou em uma entrevista à BBC em março. "Quando havia uma história, era preciso consegui-la de qualquer maneira. Essa é a cultura da News International", a divisão que agrupa os jornais britânicos da News Corp., o grupo de Rupert Murdoch.

Hoare, que trabalhou no Sun, outro tabloide do grupo, acusou Andy Coulson, seu redator-chefe no News of the World e depois chefe de comunicação do atual primeiro-ministro David Cameron.

O falecido repórter disse que Coulson estava "perfeitamente a par" do que se fazia no jornal. "Dizer o contrário é pura mentira", insistiu. Coulson, que se demitiu como chefe de comunicação de Cameron, negou as acusações.

Depois de suas declarações, Hoare foi interrogado pela polícia, mas se negou a fazer comentários, segundo os investigadores.

Há uma semana voltou a atacar, declarando ao New York Times que vários jornalistas pagaram à polícia para obter informações.

Um de seus vizinhos contou, sob anonimato, que o ex-repórter parecia estar cada vez pior nos últimos meses, e que dava sinais de sofrer de paranoia.

"Ele disse que tinha problemas, e que temia que fossem atrás dele", contou o vizinho.

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