A Peugeot anunciou nesta quarta-feira (11/10) que planeja fechar sua fábrica em Coventry, no Reino Unido, no início de janeiro de 2007, seis meses antes do previsto. A montadora francesa enfrenta problemas com o sindicato local, que tenta reverter a decisão da companhia.

De acordo com o jornal britânico Financial Times, o sindicato dos trabalhadores da Peugeot de Coventry decidiu boicotar a montadora após o anúncio de fechamento da fábrica, a redução de 10 000 postos de trabalho na Europa, um corte de gastos e o abandono dos planos de expansão da fábrica na Eslováquia. O boicote é feito com propagandas em jornais locais incitando os consumidores a evitar a compra de automóveis Peugeot e Citröen, marca do mesmo grupo.

O porta-voz da montadora negou que o fechamento da fábrica seria antecipado por causa do boicote, dizendo que ele não teve impacto nas vendas. "É a fábrica mais cara do grupo, não temos outra opção senão fechá-la", disse.

O secretário nacional do sindicato inglês, Roger Maddison, disse que a montadora tinha negado seus planos de adiantar o fechamento dias antes. "A Peugeot mentiu para nós durante todo o processo e ameaçou os nossos membros antes da decisão", disse. Os negociadores do sindicato já pediram maiores informações financeiras da montadora para preparar um novo plano de resgate.

A fábrica de Coventry empregava 2 300 pessoas antes do corte para 900 funcionários durante o verão europeu, entre junho e setembro. Espera-se a produção de 79 000 veículos em 2006. O pico da produção foi em 2003, quando a fábrica produziu 209 000 unidades.