Ramala/Gaza - Milhares de palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e no norte de Israel se preparam para receber em grande estilo os 477 presos que nesta terça-feira serão libertados por Israel em troca do soldado israelense Gilad Shalit, que passou mais de cinco anos em poder do Hamas.

Cerca de dois mil palestinos estão concentrados desde o início da manhã desta terça-feira nas imediações do campo militar de Ofer e na localidade de Betania, situada em um dos acessos à cidade cisjordaniana de Ramala, aonde chegarão cerca de 100 palestinos libertados por Israel.

Os participantes da concentração agitavam bandeiras nacionais palestinas e as verdes do grupo islamita palestino Hamas, ao tempo que gritavam palavras de ordem a favor da captura de soldados israelenses e do reatamento dos ataques contra alvos de Israel.

Em Gaza, as famílias dos 293 presos que serão libertados ali como parte da troca se aproximaram da zona fronteiriça de Rafah, no extremo sul da faixa, à espera que seus entes queridos entrem no território palestino.

O ambiente é de máxima expectativa, entre o tremular de bandeiras de todas as facções, também as amarelas do Fatah, e muitos asseguram que sua felicidade não será completa até que todos os presos palestinos em Israel, cerca de seis mil, sejam libertados.

Os concentrados também exortaram o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o líder do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, assim como outros dirigentes palestinos a reconciliarem-se em um momento que qualificam de 'histórico', pois os presos que serão libertados hoje são representantes de todas as facções palestinas.

Outras centenas de residentes do bairro de Isawiya, em Jerusalém Oriental, agitavam bandeiras do Hamas para comemorar a libertação de vários de seus habitantes na troca de presos.

A localidade de Um el Fajem, no norte de Israel e a de maior população árabe ou palestina com cidadania israelense, foi cenário de uma cerimônia por ocasião da libertação de um residente da cidade.