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Países pró-Guaidó discutem solução para Venezuela após novas sanções

O encontro conta com a presença de ministros das Relações Exteriores e delegados de todos os continentes, sendo 18 países latino-americanos

Reunião: Grupo de Lima se reuniu mês passado em Buenos Aires (foto) e se reúne novamente este mês em Lima para encontrar uma solução para a crise na Venezuela (Francisco JARA/AFP)
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AFP

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 19h10.

Chanceleres e representantes de quase 60 países debatiam nesta terça-feira, em Lima, uma solução para a crise na Venezuela , um dia depois de Washington congelar todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos.

A " Conferência Internacional pela Democracia na Venezuela", convocada pelo Grupo de Lima, teve início com um apelo do Peru para redobrar os esforços para conseguir uma mudança de governo de Caracas.

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"Convido-os a renovar nosso total apoio ao Presidente Juan Guaidó", disse o ministro do Exterior peruano, Néstor Popolizio, ao inaugurar a reunião.

O encontro conta com a presença de ministros das Relações Exteriores e delegados de todos os continentes convocados pelo Grupo Lima, incluindo uma delegação de alto nível enviada pelo presidente americano Donald Trump, mas não terá representantes dos países que apoiam o governo de Nicolás Maduro , como Cuba, Rússia, China e Turquia, que rejeitaram o convite.

Trump enviou a Lima o secretário do Comércio, Wilbur Ross, e o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, que afirmou na segunda-feira que chegou o momento de avançar para uma "transição de poder de Maduro a Juan Guaidó ", o líder opositor reconhecido como presidente interino da Venezuela por 50 países.

"Esta reunião será muito emblemática para reafirmar o apoio da comunidade internacional à presidência interina de Juan Guaidó", declarou o assessor para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional de Trump, Mauricio Claver-Carone, que integra a delegação americana.

"Também vamos falar sobre o que faremos no dia um, o primeiro dia depois que Maduro deixar o poder", completou.

Bolton disse que o governo dos Estados Unidos tem a "intenção de que a transferência (de poder na Venezuela) seja pacífica", mas reiterou que todas as opções estão sobre a mesa.

Trump congelou na segunda-feira todos os ativos do governo venezuelano nos Estados Unidos, que agora "estão bloqueados e não podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados ou manejados".

Washington não aplicava uma medida deste tipo contra um país do continente americano há três décadas, algo semelhante às sanções impostas a Coreia do Norte, Irã e Síria.

Anteriormente, o governo dos Estados Unidos adotou tal medida contra a Cuba de Fidel Castro em 1962, a Nicarágua no primeiro governo de Daniel Ortega em 1985 e o Panamá em 1988, no período do general Manuel Antonio Noriega. Apenas as sanções contra Havana permanecem vigentes.

Terrorismo econômico

O governo venezuelano acusou nesta terça-feira Washington de praticar "terrorismo econômico" e de buscar uma ruptura no diálogo com a oposição, após novas sanções que congelam todos os seus bens nos Estados Unidos.

O governo de Nicolás Maduro "denuncia perante a comunidade internacional uma nova e séria agressão do governo Trump por meio de ações arbitrárias de terrorismo econômico contra o povo da Venezuela", afirma o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Um comunicado da Casa Branca enfatizou que os Estados Unidos usarão de todas as ferramentas necessárias para propiciar o fim da ditadura Maduro.

"Como a administração Trump deixou claro: todas as opções estão na mesa. Os Estados Unidos usarão de todas as ferramentas apropriadas para acabar com o controle de Maduro sobre a Venezuela, apoiar o acesso do povo venezuelano à assistência humanitária e assegurar uma transição democracia na Venezuela ", afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Stephanie Grisham, em um comunicado.

O encontro acontece em um hotel de Lima e tem a presença, entre outros, de representantes do Vaticano, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Coreia do Sul, Japão, Israel, Emirados Árabes Unidos, África do Sul e 18 países latino-americanos.

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