Venezuela: "se essas demandas não forem cumpridas para o 13 de janeiro, obviamente não haverá condição para a retomada do diálogo direto entre as partes", disse secretário-executivo da MUD (Carlos Garcia Rawlins/Reuters/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 20h17.
Caracas - O cumprimento por parte do governo dos acordos feitos no processo de diálogo para a busca de uma saída para a grave crise política e econômica que atinge a Venezuela é a única forma para as negociações seguirem avançando, disse nesta segunda-feira a oposição.
No final de outubro, o presidente socialista do país, Nicolás Maduro, e a opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se sentaram à mesa com a mediação do Vaticano e alguns observadores internacionais, o que permitiu que alguns acordos fossem firmados.
"Se essas demandas, que eram determinantes diante do 6 de dezembro, não forem cumpridas para o 13 de janeiro, obviamente não haverá condição para a retomada do diálogo direto entre as partes", disse Jesús Torrealba, secretário-executivo da MUD.
Ele acrescentou que o não cumprimento do acordado seria "uma brincadeira com o povo venezuelano e a comunidade internacional, uma brincadeira extremamente perigosa no marco da situação inflamável do ponto de vista econômico e social".
A oposição tenta pressionar o governo para conseguir a libertação de uma centena de "presos políticos", a convocação de um referendo sobre o mandato de Maduro e a abertura de um canal humanitário que alivie a falta de alimentos e remédios.
Contudo, ela diz que não se avançou sobre uma solução eleitoral e outros pontos como a retomada da autonomia do Parlamento.