Oposição defende maior presença da Espanha na América Latina
O Partido Popular (PP), de oposição, é o favorito nas eleições de 20 de novembro
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2011 às 12h06.
Madri - Os investimentos da Espanha na América Latina , uma das marcas da política externa do país, vão aumentar ainda mais se o Partido Popular (PP), de oposição, sair vencedor das eleições de 20 de novembro, como apontam as pesquisas de opinião.
O candidato do PP à Presidência do Governo, Mariano Rajoy, afirmou durante a campanha que a região será uma das principais prioridades se o partido ganhar o pleito.
No debate entre Rajoy e o candidato do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, o líder conservador disse que o governo de José Luis Rodríguez Zapatero se concentrou muito no Oriente Médio, especialmente na Palestina, deixando Europa e América Latina em segundo plano.
Rajoy afirmou ainda que a balança comercial da França e da Alemanha na América são maiores do que a da Espanha. Além disso, para o candidato do PP, a Espanha perdeu peso na União Europeia, e apesar de ser a quarta economia do continente, o país se tornou um peso para a zona do euro.
O foco das críticas dos conservadores em relação à política externa do atual governo é Aliança das Civilizações, movimento lançado por Zapatero que prega a tolerância para superar conflitos entre povos e nações. O PP alega que a aliança tornou a política externa do país muito retórica e pouco voltada para os investimentos comerciais.
Um analista da Fundação para as Relações Internacionais e Diálogo Exterior (Fride), Manuel Manrique, considera que os conservadores, caso cheguem ao poder, continuarão defendendo os valores da aliança, mas terão como prioridade os investimentos financeiros, sobretudo na América Latina e no Norte da África.
O próprio Rajoy indicou que essa será a postura do partido, ao afirmar que o ministro das Relações Exteriores se dedicará a defender os interesses da Espanha no estrangeiro, pois isso geraria riqueza para o país. 'Menos Aliança de Civilizações e mais defesa dos investimentos da Espanha', ressaltou o candidato.
Segundo o analista da Fride, o PP 'favorecerá a presença das empresas espanholas na América Latina e na atual potência do continente, o Brasil. 'A dúvida é se os países da região vão achar a aproximação suficientemente atrativa em termos comerciais', acrescentou Manrique.
Sobre a sempre delicada relação com Cuba, o partido deixou claro que não vê motivos para mudar a 'posição comum' europeia, que condena a ditadura na ilha. Os conservadores também criticam a tentativa do ex-ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, de se aproximar do país caribenho.
'Nossa posição é de um diálogo crítico com as autoridades cubanas, condicionado ao respeito aos direitos humanos e à implementação de reformas que conduzam o país à democracia', disse o responsável pela política externa do PP, Jorge Moragas.
Já em relação ao conflito árabe-israelense, os conservadores se posicionaram contra um possível reconhecimento da Palestina na ONU, ao contrário da opinião expressada pela atual ministra de Relações Exteriores, Trinidad Jiménez.
'Com a falta de consenso europeu no tema da Palestina, o futuro governo vai ter mais espaço para se aproximar de Israel e dos EUA', opinou Manrique.
Outra polêmica é sobre a atuação da Espanha no Saara Ocidental, região que busca independência do Marrocos. O analista da Fride disse que o PP considera a postura do governo de Zapatero muito flexível com o país africano.
Madri - Os investimentos da Espanha na América Latina , uma das marcas da política externa do país, vão aumentar ainda mais se o Partido Popular (PP), de oposição, sair vencedor das eleições de 20 de novembro, como apontam as pesquisas de opinião.
O candidato do PP à Presidência do Governo, Mariano Rajoy, afirmou durante a campanha que a região será uma das principais prioridades se o partido ganhar o pleito.
No debate entre Rajoy e o candidato do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, o líder conservador disse que o governo de José Luis Rodríguez Zapatero se concentrou muito no Oriente Médio, especialmente na Palestina, deixando Europa e América Latina em segundo plano.
Rajoy afirmou ainda que a balança comercial da França e da Alemanha na América são maiores do que a da Espanha. Além disso, para o candidato do PP, a Espanha perdeu peso na União Europeia, e apesar de ser a quarta economia do continente, o país se tornou um peso para a zona do euro.
O foco das críticas dos conservadores em relação à política externa do atual governo é Aliança das Civilizações, movimento lançado por Zapatero que prega a tolerância para superar conflitos entre povos e nações. O PP alega que a aliança tornou a política externa do país muito retórica e pouco voltada para os investimentos comerciais.
Um analista da Fundação para as Relações Internacionais e Diálogo Exterior (Fride), Manuel Manrique, considera que os conservadores, caso cheguem ao poder, continuarão defendendo os valores da aliança, mas terão como prioridade os investimentos financeiros, sobretudo na América Latina e no Norte da África.
O próprio Rajoy indicou que essa será a postura do partido, ao afirmar que o ministro das Relações Exteriores se dedicará a defender os interesses da Espanha no estrangeiro, pois isso geraria riqueza para o país. 'Menos Aliança de Civilizações e mais defesa dos investimentos da Espanha', ressaltou o candidato.
Segundo o analista da Fride, o PP 'favorecerá a presença das empresas espanholas na América Latina e na atual potência do continente, o Brasil. 'A dúvida é se os países da região vão achar a aproximação suficientemente atrativa em termos comerciais', acrescentou Manrique.
Sobre a sempre delicada relação com Cuba, o partido deixou claro que não vê motivos para mudar a 'posição comum' europeia, que condena a ditadura na ilha. Os conservadores também criticam a tentativa do ex-ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, de se aproximar do país caribenho.
'Nossa posição é de um diálogo crítico com as autoridades cubanas, condicionado ao respeito aos direitos humanos e à implementação de reformas que conduzam o país à democracia', disse o responsável pela política externa do PP, Jorge Moragas.
Já em relação ao conflito árabe-israelense, os conservadores se posicionaram contra um possível reconhecimento da Palestina na ONU, ao contrário da opinião expressada pela atual ministra de Relações Exteriores, Trinidad Jiménez.
'Com a falta de consenso europeu no tema da Palestina, o futuro governo vai ter mais espaço para se aproximar de Israel e dos EUA', opinou Manrique.
Outra polêmica é sobre a atuação da Espanha no Saara Ocidental, região que busca independência do Marrocos. O analista da Fride disse que o PP considera a postura do governo de Zapatero muito flexível com o país africano.