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ONU pede respeito ao cessar-fogo no Iêmen

Apesar do avanço realizado na Suécia, pelo menos 29 combatentes, incluindo 22 rebeldes huthis, morreram nos últimos episódios de violência

Vista da cidade portuária de Hodeidah, no Iêmen 14/06/2018 REUTERS/Abduljabbar Zeyad
 (Abduljabbar Zeyad/Reuters)

Vista da cidade portuária de Hodeidah, no Iêmen 14/06/2018 REUTERS/Abduljabbar Zeyad (Abduljabbar Zeyad/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de dezembro de 2018 às 15h35.

O enviado da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths, pediu, neste domingo (16), aos envolvidos na guerra que respeitem a trégua na cidade de Hodeida, onde violentos confrontos e ataques aéreos aconteceram no sábado à noite.

No Twitter, o enviado ressaltou que "espera que as duas partes respeitem suas obrigações conforme o texto e o espírito do acordo" anunciado na quinta-feira na Suécia.

"As Nações Unidas trabalham em estreita colaboração com o governo iemenita e a Ansarullah (rebeldes huthis) para fazer cumprer as disposições do acordo de Hodeida", acrescentou.

Apesar do avanço realizado na Suécia, pelo menos 29 combatentes, incluindo 22 rebeldes huthis, morreram nos últimos episódios de violência na cidade portuária do oeste do país, segundo uma autoridade pró-governo. Este saldo não pôde ser confirmado no momento por uma fonte independente.

Um morador de Hodeida, contactado por telefone, descreveu os confrontos como "violentos", afirmando que o barulho de aviões sobrevoando a cidade foi ouvido durante toda a noite.

Sete rebeldes foram capturados em uma ofensiva dos huthis contra a cidade de Al-Duraihimi, cerca de 20 quilômetros ao sul de Hodeida, informou a autoridade pró-governo.

A agência de notícias Saba, controlada pelos huthis, informou que a aviação da coalizão liderada pela Arábia Saudita continuava, neste domingo, com seus bombardeios na província de Hodeida.

De acordo com essa fonte, as forças pró-governo bombardearam os bairros residenciais deste porto estratégico às margens do Mar Vermelho, que se tornou a principal frente de batalha do conflito há vários meses.

Na sexta-feira à noite foram registrados combates esporádicos nos distritos do leste e do sul de Hodeida, no dia seguinte ao anúncio do cessar-fogo concluído na Suécia entre rebeldes e forças leais ao presidente Abd Rabbo Mansur Hadi.

Em virtude deste acordo duramente negociado, um cessar-fogo "imediato" entrou em vigor em Hodeida, por onde transita a maior parte da ajuda humanitária e importações.

A retirada dos combatentes de Hodeida deve ocorrer nos "próximos dias".

A cidade de Hodeida, controlada pelos rebeldes huthis, foi alvo de um assalto das forças pró-governo apoiadas pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, pilares de uma coalizão militar que entrou em 2015 no conflito para ajudar o governo iemenita contra os rebeldes.

Os huthis controlam vastas regiões do país, entre elas a capital Sanaa.

O acordo de trégua é, sem dúvida, o mais importante desde o início da guerra, em 2014, mas sua aplicação exigirá forte pressão internacional, estimam os especialistas.

No sábado, os rebeldes huthis xiitas elogiaram o acordo. "As conversas são um êxito", afirmou Daif Allah al-Shami, ministro da Informação do governo de Salvação Nacional, não reconhecido pela comunidade internacional.

Citado pela agência Saba, controlada pelos huthis, Al-Shami estimou que os resultados obtidos pela delegação rebelde na Suécia mostram a preocupação da direção política dos huthis "em aliviar o sofrimento do povo iemenita".

Desde 2014, a guerra no Iêmen já deixou 10 mil mortos e provocou uma crise de fome que põe em risco a vida de milhões de pessoas, segundo a ONU.

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