ONU pede condenação de racismo após marcha em Charlottesville
O diplomata publicou a mensagem pouco depois que o presidente americano voltou a culpar pela violência em Charlottesville os "dois lados"
EFE
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 17h04.
Nações Unidas - O secretário-geral da ONU , António Guterres, considerou nesta quarta-feira "essencial" condenar o racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a islamofobia, após os protestos de neonazistas e supremacistas brancos de Charlottesville, nos Estados Unidos.
"É absolutamente essencial que todos nos levantemos perante eles em todas partes e em todo momento", disse Guterres aos jornalistas, reforçando uma ideia que já tinha expressado na véspera em sua conta no Twitter.
O diplomata português publicou essa mensagem pouco depois que o presidente americano, Donald Trump, voltou a culpar pela violência em Charlottesville os "dois lados", tanto as neonazistas e supremacistas brancos que se reuniram na cidade da Virgínia como os manifestantes antifascistas.
Hoje, perguntado pelas palavras de Trump, Guterres disse que nunca comenta sobre o que é dito por presidentes.
"Eu afirmo princípios. E os princípios que afirmo são muito claros. O racismo, a xenofobia, o antissemitismo e a islamofobia estão, como disse ontem, envenenando as nossas sociedades", destacou.
Guterres disse que, como europeu, está orgulhoso da tolerância, respeito e diversidade promovidos pelo Iluminismo e disse que é "fundamental condenar todas as formas de irracionalidade que minam esses valores".
"Seja nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do mundo. Lamentavelmente, estes demônios estão aparecendo um pouco em todas partes", acrescentou.
Guterres, que chegou ao cargo no último mês de janeiro, tentou manter relações cordiais com o governo de Trump e, ainda que tenha falado contra algumas medidas de imigração, evitou criticar abertamente suas políticas.
Perguntado se recebeu pressões de Washington, o chefe da ONU assegurou que isso não ocorreu em nenhum momento e deixou claro que pretende reafirmar os valores da ONU sempre que necessário.
"Vou dizer qualquer coisa que pense que seja necessária, independentemente de que possa não ser agradável para o presidente deste país ou de qualquer outro", garantiu.